O cenário político brasileiro ganhou um novo protagonista para a eleição de 2026. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) oficializou sua pré-candidatura à Presidência da República e, em seguida, já traçou sua primeira grande bandeira de atuação imediata: a aprovação do projeto de anistia que tramita na Câmara dos Deputados.
Anúncio da candidatura e primeira prioridade
Um dia após o anúncio público de sua pretensão ao Palácio do Planalto, feito nas redes sociais, Flávio Bolsonaro usou a mesma plataforma para definir sua agenda de prioridades. Em um tuíte publicado no sábado, 6 de dezembro de 2025, o parlamentar afirmou que "o primeiro gesto" que pedirá a todas as lideranças políticas "anti-lula" é a aprovação da anistia ainda este ano.
O projeto em questão encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados, mas tem enfrentado um andamento lento, ainda necessitando passar por comissões específicas. Com o prazo legislativo se encerrando, Flávio fez um apelo por união: "Espero não estar sendo radical por querer anistia para inocentes. Temos só duas semanas, vamos unir a direita!", concluiu a mensagem, acompanhada de uma foto familiar com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus irmãos.
A confirmação e o aval familiar
A decisão de Flávio Bolsonaro em concorrer à Presidência foi confirmada na sexta-feira, 5 de dezembro, após um sinal verde direto da figura central do bolsonarismo. O ex-presidente Jair Bolsonaro deu seu aval à candidatura do filho, conforme confirmado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, à revista VEJA.
"Confirmado. Flávio me disse que o nosso Capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", declarou o cacique do partido. Pouco depois da confirmação, o próprio senador foi às redes sociais formalizar a decisão, expressando sua motivação. Ele declarou que não irá se "conformar" em ver o Brasil "caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo".
O caminho político pela frente
A estratégia de Flávio Bolsonaro parece clara: aliar o anúncio de sua candidatura a uma pauta concreta e mobilizadora para sua base de apoio. Ao colocar a anistia como prioridade absoluta, ele busca unificar o espectro político de oposição ao governo Lula em torno de um objetivo legislativo comum, com um prazo curto e definido: as duas semanas restantes do ano legislativo de 2025.
Este movimento inicial demonstra uma tentativa de transição de imagem, do senador para um candidato presidencial com agenda própria, ainda que mantendo a forte associação familiar e o legado político do pai. A capacidade de articular e pressionar pela votação do projeto de anistia será um primeiro teste prático de sua influência e poder de negociação no Congresso Nacional na nova condição de pré-candidato.
O andamento dessa proposta na Câmara e a resposta das demais lideranças da direita ao apelo de Flávio Bolsonaro serão os próximos capítulos a serem observados, definindo os contornos iniciais de uma campanha eleitoral que começa a tomar forma com mais de um ano de antecedência.