Celso Sabino deixa Ministério do Turismo após expulsão do União Brasil
Celso Sabino deixa Ministério do Turismo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, a saída do deputado federal Celso Sabino do comando do Ministério do Turismo. A decisão ocorre uma semana após a expulsão do parlamentar do partido União Brasil, que havia determinado sua saída do cargo no governo federal.

Conflito partidário leva à exoneração

A exoneração de Celso Sabino é o desfecho de uma queda de braço com a cúpula do União Brasil. O político tornou-se desafeto do então presidente da legenda, Antônio Rueda, ao decidir desobedecer a orientação do partido de abandonar o governo e migrar para a oposição. Em vez de seguir a determinação, Sabino acertou sua permanência no ministério diretamente com o presidente Lula.

No início de dezembro, o ex-ministro foi formalmente expulso do partido. Em declarações, ele atribuiu a decisão à posição enfática com que defendia a candidatura de Lula nas reuniões internas da sigla. "Queriam fazer de mim um exemplo para outros quadros", disse Sabino à revista VEJA.

Turismo em alta e planos eleitorais

À frente da pasta do Turismo, Celso Sabino vinha comemorando resultados positivos. Ele destacou o número recorde de mais de 8 milhões de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil em 2025. Outro marco de sua gestão foi a organização da COP30 no Pará, seu estado de origem.

Seu desempenho no cargo foi um dos fatores que pesaram para que ele resistisse à pressão do partido e permanecesse no governo, mesmo após a determinação de desfiliação. Sabino também é presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo e tinha agendas internacionais marcadas, incluindo uma viagem a Madri em janeiro de 2026 para uma importante feira do setor.

Paralelamente, o político paraense vinha se aconselhando com Lula e articulando uma candidatura ao Senado pelo Pará, usando sua visibilidade à frente do ministério como trampolim eleitoral.

Reconfiguração de alianças no União Brasil

A saída de Sabino ocorre em um momento de reconfiguração interna no União Brasil. A candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República, vista como menos competitiva por setores da própria direita, fez crescer entre lideranças partidárias – especialmente do Norte e Nordeste – o coro pela manutenção do apoio a Lula.

Sem um consenso, muitos defendiam uma posição de neutralidade, o que, na prática, poderia rachar o partido. A indicação de um novo nome para o Ministério do Turismo pelo União Brasil sinaliza que a legenda deve permanecer na base governista. Essa movimentação abre uma oportunidade para o presidente Lula ampliar seu arco de alianças na corrida presidencial.

Com a exoneração anunciada, inicia-se agora a expectativa pela definição do substituto de Sabino na pasta, que continuará com os preparativos para os grandes eventos internacionais do setor já agendados.