Nesta quarta-feira (17), o governo federal anunciou a substituição do ministro do Turismo, Celso Sabino. A mudança no comando da pasta foi apresentada como uma estratégia para fortalecer a governabilidade e garantir segurança na votação de projetos de interesse do Executivo no Congresso Nacional.
Troca no comando atende demanda partidária
Em entrevista coletiva no final da tarde, o próprio Celso Sabino confirmou que sua saída atende a uma solicitação do União Brasil. O partido havia expulsado Sabino de suas fileiras no último dia 8, após o ministro decidir permanecer no cargo contra a vontade da cúpula partidária.
"Você tem acompanhado os esforços do governo para melhorar a relação com o Congresso Nacional. A garantia da governabilidade faz parte também na participação do governo pelos partidos", afirmou Sabino, agradecendo ao presidente Lula e a toda a equipe governamental.
O ministro evitou comentar a aparente contradição do União Brasil, que primeiro anunciou seu desembarque do governo e agora indica um novo nome para a mesma pasta. Ele disse compreender a demanda e destacou que o importante é o governo ter capacidade de aprovar suas propostas.
Família aliada assume comando do Turismo
O indicado para assumir o Ministério do Turismo é Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB). A família é aliada do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na Paraíba, o que reforça os laços com a base de apoio no Legislativo.
Segundo apurou a reportagem, o nome de Gustavo Feliciano foi avalizado pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda – o mesmo que havia anunciado a saída do partido da coalizão governista. A indicação foi negociada entre a legenda e a ala política do Palácio do Planalto.
Movimento é aceno ao eleitorado evangélico
O deputado Damião Feliciano, pai do novo ministro, é um dos coordenadores da bancada evangélica e também da bancada negra na Câmara dos Deputados. A escolha de colocar um nome ligado a esse segmento no comando do Turismo é vista como mais um aceno do presidente Lula ao eleitorado evangélico.
Celso Sabino comentou sobre a decisão do partido: "Imagino que o partido deva ter as suas razões para ter tomado essa decisão de se afastar do governo e deve ter suas razões também para agora se aproximar do governo".
Segundo auxiliares do presidente Lula, o União Brasil pediu a cadeira do ministério de volta após a decisão de expulsar Sabino. O acordo foi costurado para manter a estabilidade da base aliada no Congresso, assegurando que as pautas prioritárias do governo tenham tramitação mais segura.