
Numa declaração que promete acender debates, Eduardo Bolsonaro saiu em defesa das recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos contra produtos brasileiros. O deputado federal — que herdou do pai o talento para polêmicas — não economizou palavras: "Trump está mais que certo em proteger sua indústria", disparou.
E olha que a fala veio carregada de ironia. "Quem vive de subsídios não pode reclamar quando leva um freio de arrumação", completou, numa clara alfinetada em setores que dependem de incentivos governamentais.
O xadrez comercial
Enquanto especialistas torcem o nariz, Eduardo joga gasolina no fogo. Segundo ele, a medida americana seria uma resposta "proporcional e até tardia" ao que classifica como "jogo sujo" nas relações comerciais. Detalhe: o parlamentar minimizou o impacto real para o Brasil, sugerindo que o alarde seria maior que os prejuízos.
Mas não pense que foi só blá-blá-blá político. O deputado trouxe números à mesa — embora sem citar fontes específicas — alegando que:
- O déficit comercial dos EUA com o Brasil cresceu 27% no último ano
- Setores estratégicos americanos estariam sendo "sufocados" por práticas desleais
- A retaliação evitaria danos maiores à economia norte-americana
Repercussão e críticas
Do outro lado do ringue, economistas responderam com dados contrários. "Isso vai custar caro aos dois lados", alertou um analista que preferiu não se identificar. Já nas redes sociais, a polarização foi instantânea — enquanto apoiadores comemoravam a "postura firme", opositores chamaram a declaração de "tiro no pé" diplomático.
Curiosamente, até aliados do governo demonstraram desconforto. Um senador da base (que pediu para não ser nomeado) resmungou: "Tem horas que é melhor calar que falar". Já o Itamaraty, normalmente discreto, emitiu nota técnica contestando os argumentos — mas sem mencionar diretamente o deputado.