Governistas apostam em perfil afável de Alcolumbre para reaproximação no Senado
Aliados de Lula veem crise com Alcolumbre como passageira

Aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhecem que a relação do petista com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, enfrenta um momento crítico. No entanto, fontes próximas ao Palácio do Planalto mantêm o otimismo e acreditam em uma reaproximação nas próximas semanas.

O estopim da crise recente no Congresso

A principal razão para o atual desgaste foi a escolha do nome de Jorge Messias para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão desagradou profundamente Alcolumbre e outras importantes lideranças do Senado, que tinham uma preferência clara: o senador Rodrigo Pacheco.

Desde que a indicação foi confirmada, o clima entre os Poderes azedou significativamente. Nos corredores do Senado, uma campanha interna contra o atual Advogado-Geral da União ganhou força, refletindo a insatisfação dos parlamentares com a movimentação do Planalto.

O perfil conciliador do presidente do Senado

Apesar da tensão, a avaliação de governistas é de que a crise pode ser superada. Essa leitura positiva se baseia no histórico e no perfil do parlamentar amapaense, conhecido por seu temperamento afável e abertura ao diálogo com o Executivo.

Fontes ouvidas pelo Radar destacam que Alcolumbre não costuma ser adepto de rupturas definitivas. Ele é visto como uma figura que prefere construir pontes e há espaço para retomar as negociações assim que a poeira da crise recente baixar.

Nos bastidores, Davi Alcolumbre é reconhecido por sua habilidade em dominar ambientes e desarmar conflitos com seu bom humor, piadas e uma risada alta que ecoa pelos gabinetes. Sua fama de "resolvedor" de problemas é antiga, abrangendo desde indicações para cargos públicos até a facilitação de contatos em diversas esferas do poder.

Poder de barganha e alavancagem política

A influência de Alcolumbre vai além do trato pessoal. Uma de suas principais fontes de poder é o amplo controle sobre as emendas parlamentares ao Orçamento da União. Esta posição estratégica lhe confere um enorme poder de barganha e alavancagem política.

É esse poder que o empodera para cobrar demandas pessoais e, no contexto atual, para pedir apoio a outros senadores na campanha contra a indicação de Jorge Messias. Sua capacidade de articular e negociar é um dos pilares de sua atuação à frente da Casa.

Os governistas, portanto, seguem na expectativa de que, passado o momento mais agudo do descontentamento, o perfil negociador e a aversão a rupturas de Alcolumbre prevaleçam, permitindo uma retomada do diálogo necessário para a governabilidade.