Alckmin recebe diplomata dos EUA após tarifas de Trump — o que está por trás desse encontro?
Alckmin recebe EUA após tarifas de Trump

Não deu outra. Mal completou 24 horas do anúncio das novas tarifas impostas por Donald Trump a produtos brasileiros, e lá estava Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil, apertando as mãos do encarregado de negócios dos Estados Unidos, Douglas Koneff. Coincidência? Difícil acreditar.

O encontro, discreto mas cheio de significados, aconteceu em Brasília nesta quarta-feira (8). E se você acha que foi só um "bate-papo de cortesia", pode repensar. Afinal, quando o assunto é comércio exterior — e bilhões de dólares em jogo —, cada gesto tem peso de ouro.

O elefante na sala: as tais tarifas

Trump, sempre ele, resolveu dar as cartas no tabuleiro geopolítico. Na terça (7), anunciou sobretaxas de até 20% para produtos como aço e alumínio brasileiros. Motivo? Segundo o ex-presidente, "proteger a indústria americana". Só que, entre nós, todo mundo sabe: é também uma jogada eleitoral, já que a campanha presidencial nos EUA está pegando fogo.

E o Brasil? Ficou com a pulga atrás da orelha. Afinal, somos um dos maiores exportadores desses produtos para os EUA. Alckmin, que tem larga experiência em negociações comerciais (lembra do governo de São Paulo?), não perdeu tempo. Recebeu Koneff no Palácio do Planalto com um sorriso diplomático, mas os olhos atentos.

O que rolou no encontro?

Detalhes oficiais são escassos — sempre são. Mas fontes próximas ao governo contam que o clima foi "profissional, mas não hostil". Alckmin, segundo dizem, deixou claro que o Brasil está "aberto ao diálogo", mas também "pronto para defender seus interesses". Jargões de praxe? Talvez. Mas a mensagem foi entregue.

  • Trump quer aparecer como "durão" com o comércio exterior? Ok.
  • O Brasil vai ficar quieto? Nem pensar.

E tem mais: o governo Lula já sinalizou que pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) se as tarifas forem consideradas injustas. Ou seja, o jogo está só começando.

E agora, José?

Enquanto isso, os empresários brasileiros estão com o pé atrás. Alguns já falam em buscar outros mercados — a União Europeia e a China estão de olho. Outros acham que é tempestade em copo d'água, já que Trump nem assumiu (se é que vai assumir).

Uma coisa é certa: esse encontro entre Alckmin e Koneff foi só o primeiro round. E num mundo onde economia e política se misturam cada vez mais, até um aperto de mãos pode valer mais que um contrato assinado.