COP30: Presidente suspende sessão após críticas de latino-americanos
Presidente da COP30 criticado e suspende plenária final

Presidente da COP30 enfrenta revolta em plenária final

O embaixador André Correa do Lago, que preside a COP30 em Belém, enfrentou duras críticas de representantes de países latino-americanos durante a sessão final do evento climático da ONU. A situação ficou tão tensa que o diplomata brasileiro precisou suspender temporariamente os trabalhos para consultar as delegações insatisfeitas.

Protestos durante aprovação de documentos

Os problemas começaram durante a aprovação dos textos da agenda oficial da conferência. A negociadora da Colômbia foi uma das primeiras a se manifestar, acusando Correa do Lago de ignorar pedidos de aparte durante a votação do programa de implementação e ambição de mitigação climática.

Ela afirmou categoricamente que a delegação colombiana rejeitava a aprovação do documento e que havia levantado a bandeira vermelha antes do presidente bater o martelo, mas foi ignorada pelo brasileiro.

Insatisfação generalizada

A representante do Panamá, visivelmente exaltada, expressou forte insatisfação com a falta de transparência da sessão e rejeitou inteiramente o texto sobre indicadores de adaptação climática. A revolta não se limitou aos países vizinhos - Uruguai, Argentina e Paraguai, parceiros do Brasil no Mercosul, também fizeram apartes para demonstrar seu descontentamento.

O representante da União Europeia se juntou ao coro de críticas, afirmando que não aceitava o documento com os indicadores de adaptação, considerados insuficientes pelos europeus.

Do outro lado do Atlântico, o negociador de Serra Leoa seguiu na mesma direção, mas por motivos diferentes. Ele argumentou que os indicadores não eram claros o suficiente, tornando-se impraticáveis na prática.

Tentativa de mediação e suspensão

Diante de cada intervenção, André Correa do Lago agradecia e afirmava que os comentários seriam incluídos no relatório da sessão plenária. Porém, a solução não agradou a todos.

A representante colombiana foi enfática: "Você ignorou nossos pedidos antes de aprovar o documento. Não queremos que nossos apartes sejam incluídos no relatório da sessão", exigindo que as objeções fossem respeitadas no momento da votação.

Diante do impasse, o presidente da COP30 tomou a decisão de suspender a sessão para consultar as partes que haviam se manifestado, buscando um caminho para destravar as negociações.

O incidente ocorreu no dia 22 de novembro de 2025, durante a Conferência do Clima da ONU que está sendo realizada em Belém, no Pará, marcando um momento de tensão significativa nas discussões climáticas internacionais.