Na fase decisiva da Conferência do Clima da ONU, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Belém com a missão de contribuir com as negociações internacionais sobre mudanças climáticas. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (19) no Parque da Cidade, dentro da zona azul da COP30.
Estados e municípios exigem voz ativa
Durante a reunião, o governador do Pará, Helder Barbalho, e o prefeito de Belém, Igor Normando, apresentaram uma demanda unificada por maior participação dos entes subnacionais na governança climática. Foram entregues duas cartas aos presidentes do Brasil e da COP, André Corrêa do Lago, representando estados e municípios brasileiros.
O ministro das Cidades, Jader Filho, que convocou o encontro, destacou a importância de ouvir as autoridades locais. "É fundamental garantir que os financiamentos provenientes dos fundos climáticos cheguem diretamente às localidades", afirmou o ministro, defendendo que as obras de resiliência climática devem responder às necessidades específicas de cada território.
Compromissos assumidos
Segundo relatos do governador paraense, o presidente Lula demonstrou convicção sobre a essencialidade de incluir estados e municípios nas ações ambientais. Já o presidente da COP se comprometeu a levar essa demanda aos negociadores para garantir espaço aos poderes locais no texto final da conferência.
Helder Barbalho enfatizou que "a implementação das agendas ambientais passam por onde as pessoas vivem, portanto, passa por municípios e por estados". O governador defendeu que as estratégias de implementação devem respeitar essa jurisdição.
Mapa do caminho para combustíveis fósseis
Paralelamente às discussões sobre governança, um grupo de aproximadamente 80 países defendeu na terça-feira (18) a adoção de um "mapa do caminho" para o fim do uso de combustíveis fósseis. A iniciativa, apresentada pela Dinamarca, busca pressionar os representantes da Conferência do Clima a apoiarem a construção de um roteiro oficial de transição global away from petróleo, carvão e gás.
O chamado "roadmap" estabelece planos de ação com etapas, prazos e metas concretas rumo ao objetivo comum de abandonar progressivamente as fontes de energia fóssil. Na prática, define quem faz o quê, até quando e com quais recursos.
O prefeito de Belém, Igor Normando, reforçou que a implementação das ações climáticas não pode ocorrer sem o diálogo direto com os prefeitos, que lidam diariamente com os desafios urbanos. A carta da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) representa a demanda nacional para que os municípios sejam vistos como atores principais no debate climático.
As autoridades presentes concordaram sobre a necessidade de garantir financiamento direto para obras sustentáveis e infraestrutura resiliente nas cidades, combatendo problemas concretos como alagamentos e áreas de risco.
