A ativista ambiental sueca Greta Thunberg foi expulsa da cidade de Veneza, na Itália, após participar de um protesto que coloriu o Grande Canal da cidade com um corante verde. O episódio ocorreu no último sábado, dia 22 de novembro de 2025, e fez parte de uma ação organizada pelo movimento Extinction Rebellion.
Detalhes do protesto ambiental
O protesto tinha como objetivo principal chamar a atenção para os efeitos do colapso climático e criticar os resultados considerados insuficientes da COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas que havia terminado em Belém sem um acordo amplo para transição energética.
Imagens registradas durante a ação mostram o momento em que os ativistas despejam o corante verde nas águas do Grande Canal, o mais importante de Veneza, deixando-o com uma coloração intensamente esverdeada. Além do corante, os manifestantes estenderam uma faixa na Ponte Rialto com os dizeres "parem o ecocídio".
Consequências imediatas para os ativistas
Como resultado direto da ação protesto, Greta Thunberg, de 22 anos, recebeu uma multa de 150 euros e foi proibida de entrar na cidade por 48 horas. A mesma punição foi aplicada a outros 35 ativistas climáticos que participaram do episódio.
O governador da região do Vêneto, Luca Zaia, classificou o ato como "desrespeitoso para a nossa cidade, a sua história e a sua fragilidade", expressando preocupação com possíveis consequências ambientais do corante no ecossistema local.
Defesa do movimento e contexto da COP30
Em resposta às críticas, o Extinction Rebellion emitiu um comunicado defendendo a ação e esclarecendo que o corante utilizado era fluoresceína, descrita como "um sal de sódio completamente inofensivo, usado regularmente para monitorar o fluxo de água em rios".
O protesto em Veneza não foi um caso isolado. Outras 10 cidades italianas, incluindo Turim, Bolonha e Gênova, registraram manifestações similares no mesmo período.
O contexto político por trás dos protestos remete aos resultados da COP30, onde a Itália, governada pela premiê Giorgia Meloni, foi um dos países que bloquearam propostas mais assertivas sobre o uso de combustíveis fósseis. A conferência, que terminou no domingo (23), decepcionou ativistas ao não firmar compromissos concretos para transição energética.
Embora o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva buscasse um acordo entre as nações para afastamento dos combustíveis fósseis, as propostas foram bloqueadas por países dependentes dessa fonte energética, incluindo nações árabes do Golfo Pérsico, China e Índia.