
O cenário jurídico sergipano perdeu uma de suas figuras mais emblemáticas nesta sexta-feira. Maria Eugênia Ribeiro, aquela mulher de presença forte e convicções inabaláveis, partiu aos 73 anos. A notícia correu pelos corredores do Ministério Público como um choque - ainda que muitos soubessem de sua saúde frágil nos últimos tempos.
Ela simplesmente não acordou. Um fim tranquilo, quase poético, para uma vida tão intensa. O corpo será velado no Memorial Jardim, na Zona de Expansão, e o sepultamento acontece no sábado, às 9h, no Cemitério Parque da Colina.
Uma carreira que inspira
Caramba, quantas histórias essa mulher deve ter vivido entre as paredes do MP! Ingressou na instituição em 1982 - imagina só, o Brasil ainda respirava os ares da abertura política. E não saiu mais. Permaneceu até 2015, quando finalmente decidiu descansar após 33 anos de entrega total.
Ela não era daquelas que ficavam apenas na teoria. Como procuradora de Justiça, mergulhou de cabeça em causas que realmente importavam. Defesa da criança e do adolescente? Ela estava lá. Proteção aos idosos? Sempre na linha de frente. E os consumidores - ah, esses tinham nela uma guardiã ferrenha.
O legado que permanece
O que fica, além da saudade? Uma trajetória que serve de exemplo para os mais jovens. Maria Eugênia mostrou que é possível conciliar rigor profissional com humanidade. Que se pode ser durona sem perder a compaixão. Que a Justiça não é apenas uma palavra bonita num diploma, mas um compromisso diário.
Nestes momentos, a gente para e pensa: fazem falta pessoas assim no serviço público. Daquelas que não se deixam corromper pelo tempo ou pela burocracia. Que mantêm a chama acesa mesmo quando tudo conspira contra.
O Ministério Público de Sergipe emitiu uma nota - formal, como não poderia deixar de ser. Mas entre as linhas, dava para sentir o vazio que fica. Como diz o ditado, "as pessoas saem, mas as marcas permanecem". E Maria Eugênia, com certeza, marcou.
Descanse em paz, Dona Maria. O tribunal celestial ganhou uma excelente advogada.