Vereadora Tatiana Medeiros inicia julgamento por corrupção eleitoral
Tatiana Medeiros inicia julgamento por corrupção

A vereadora Tatiana Medeiros, do PSB, compareceu ao Fórum Eleitoral de Teresina na manhã desta segunda-feira (24) para o início da audiência de instrução e julgamento onde responde por acusações de corrupção eleitoral e organização criminosa.

O processo envolve outros oito réus e está programado para continuar até sexta-feira (28), com depoimentos sendo realizados na sede do Fórum Eleitoral na Zona Sul da capital.

Segurança reforçada e restrições de acesso

A segurança no local foi intensificada para os cinco dias de audiência. A presença do público foi totalmente vetada, tendo acesso apenas juízes, réus, advogados, testemunhas, servidores e jornalistas devidamente credenciados.

Segundo informações da juíza Junia Maria Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, a expectativa é ouvir pelo menos 20 pessoas por dia. No total, 112 depoimentos estão previstos, sendo 103 testemunhas apresentadas pela defesa e pelo Ministério Público, além dos nove acusados.

Quem são os réus no processo

Além da vereadora Tatiana Teixeira Medeiros, que responde por organização criminosa, corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral, peculato e lavagem de dinheiro, o processo inclui:

  • Alandilson Cardoso Passos (namorado da vereadora)
  • Stênio Ferreira Santos (padrasto da vereadora)
  • Maria Odélia de Aguiar Medeiros (mãe da vereadora)
  • Emanuelly Pinho de Melo (assessora da vereadora)
  • Bianca dos Santos Teixeira Medeiros (irmã da vereadora)
  • Lucas de Carvalho Dias Sena (cunhado da vereadora)
  • Bruna Raquel Lima Sousa (funcionária da ONG Vamos Juntos)
  • Sávio de Carvalho França (funcionário da ONG Vamos Juntos)

Histórico do caso e prisões

Tatiana Medeiros foi presa em 3 de abril durante a Operação Escudo Eleitoral da Polícia Federal. De acordo com as investigações, a campanha que elegeu a vereadora para a Câmara de Teresina em outubro de 2024 teria sido financiada com recursos ilícitos de uma facção criminosa.

A vereadora chegou a ser afastada do cargo, sendo substituída pelo suplente Leondidas Júnior (PSB) após 60 dias, conforme determina o regimento da Casa.

Durante o período em que esteve presa no Quartel do Comando Geral, Tatiana passou mal e precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e no Hospital da Polícia Militar (HPM).

Em 3 de junho, a Justiça autorizou sua prisão domiciliar por motivos de saúde. A parlamentar foi solta através de uma liminar em 10 de outubro, após o Tribunal de Justiça do Piauí anular um relatório financeiro que servia como prova contra ela, por ter sido obtido sem autorização judicial.

No entanto, três dias depois o Tribunal Regional Eleitoral decidiu manter a prisão domiciliar e o afastamento da vereadora, argumentando que seu retorno à Câmara poderia levar à destruição de provas e ao retorno da influência do crime organizado no Poder Legislativo.

Esta audiência de instrução e julgamento representa uma fase decisiva do processo, onde o juiz analisa provas e ouve testemunhas, réus e especialistas antes de definir a sentença final.