Um ano após derrota eleitoral, Pablo Marçal analisa campanha e futuro político
Passado um ano das eleições municipais de São Paulo, o influenciador digital e empresário Pablo Marçal, do PRTB, que obteve 28% dos votos no primeiro turno, reflete sobre os acontecimentos da campanha e seus planos para o futuro político. Em entrevista exclusiva em sua empresa em Alphaville, Barueri, na Grande São Paulo, Marçal falou abertamente sobre os episódios mais polêmicos da disputa eleitoral.
O período eleitoral e as acusações contra Boulos
Marçal descreve os 90 dias de campanha como "um pesadelo para qualquer ser humano", mencionando a privação de contato com familiares e a necessidade de constante segurança. Sobre as acusações falsas contra o ministro Guilherme Boulos (PSOL), incluindo a publicação de um laudo falsificado sobre uso de cocaína, o influenciador assume postura evasiva.
"Até hoje eu não vi esse laudo", afirmou Marçal, responsabilizando seu advogado, Tassio Renam Botelho, pela publicação do documento. Ambos foram denunciados pelo Ministério Público Eleitoral, e a defesa argumentou na Justiça Eleitoral estar amparada no "direito à livre manifestação do pensamento".
Questionado sobre como repetia acusações de que Boulos teria sido preso por porte de drogas, Marçal admitiu que não tinha certeza sobre as informações que divulgava: "Dizer é uma coisa, mas não trouxe o processo".
Situação na Justiça Eleitoral e futuro político
Recentemente, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo reverteu uma das condenações de Marçal em primeira instância, relacionada à gravação remunerada de vídeos para candidatos, assim como a pena de inelegibilidade. O tribunal ainda julgará outras duas decisões, e o influenciador só será considerado inelegível se uma das sentenças for confirmada.
Sobre uma possível candidatura à Presidência em 2026, Marçal se mostrou ambíguo: "Hoje estou 100% desconectado disso", mas não descartou completamente a possibilidade: "No tempo certo, se meu coração falar vai, eu vou".
Visão sobre o cenário político nacional
Marçal criticou tanto o presidente Lula quanto o ex-presidente Jair Bolsonaro. Sobre Lula, disse que foi "a maior decepção de todos os tempos", mas reconheceu que é "o político mais influente da história". Sobre Bolsonaro, afirmou que as lideranças de direita "ficaram reféns" do ex-presidente.
Para Marçal, Tarcísio de Freitas aparece como o maior líder da direita atualmente, mas com ressalvas: "Sem a bênção do Bolsonaro, ele vale a metade". O influenciador defende a ascensão de um "outsider" que não seja apadrinhado por ninguém.
Apesar da postura agressiva durante a campanha, incluindo ataques pessoais a adversários, Marçal defende que o Brasil precisa de pacificação: "Tinha que parar com esse auê, é muita confusão".
Questionado se estaria esperando a resolução de seus processos na Justiça Eleitoral para falar sobre candidatura, foi taxativo: "Não, zero. Ficam toda hora me ligando e eu [falo] 'não enche meu saco, não'".