O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), se reuniram nesta terça-feira (11) para tentar construir um acordo sobre o PL Antifacção. O encontro ocorre em meio aos impasses sobre a apreciação da proposta na Casa.
Pressão após operação policial
A reunião entre os dois líderes políticos acontece dias após Motta designar o deputado Guilherme Derrite para a relatoria do projeto. Derrite, que é bolsonarista e havia se licenciado do cargo de secretário de segurança pública de Tarcísio de Freitas, voltou à Câmara especificamente para assumir a relatoria.
Há expectativa de que o projeto seja votado ainda nesta semana, como uma resposta à megaoperação policial contra o Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. A ação resultou na morte de mais de 120 pessoas.
Críticas do Planalto
Durante o encontro, a ministra Gleisi Hoffmann deve pedir ajustes no parecer do deputado Derrite ou mais tempo para que o Executivo possa articular sobre a matéria. Trechos do parecer divulgados na segunda-feira foram mal recebidos pelo Palácio do Planalto.
Aliados do governo Lula criticaram a designação de Derrite desde o anúncio feito por Motta. Diante das reclamações da base governista, o presidente da Câmara decidiu chamar a ministra para uma reunião e tentar aparas as arestas sobre o assunto.
Ampliação do diálogo
Além da conversa com Gleisi Hoffmann, também está prevista uma reunião entre Motta e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para debater a medida. O governo busca maior participação na formatação do projeto que trata do combate às facções criminosas.
O PL Antifacção ganhou urgência na pauta legislativa após a violenta operação no Rio de Janeiro, que chamou atenção para a necessidade de medidas mais efetivas no combate ao crime organizado.