O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, entrou em rota de colisão com o governo federal ao defender o PL Antifacção e acusar o Executivo de disseminar desinformação sobre a proposta. O confronto ocorre após a aprovação do projeto pelo plenário da Casa nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025.
Troca de acusações entre Motta e Lula
Em resposta direta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou a versão aprovada do projeto, Hugo Motta utilizou suas redes sociais para contra-atacar. O chefe do Legislativo afirmou que o governo "escolheu o caminho errado" ao não apoiar a medida e acusou o Palácio do Planalto de tentar inviabilizar o avanço da proposta através de falsas narrativas.
"Não se pode desinformar a população, que é alvo diariamente do crime, com inverdades", escreveu Motta, representante do Republicanos da Paraíba. "É muito grave que se tente distorcer os efeitos de um Marco Legal de Combate ao Crime Organizado cuja finalidade é reforçar a capacidade do Estado na segurança pública".
Governo critica versão aprovada
Do outro lado da disputa, o presidente Lula havia manifestado preocupação com o texto aprovado pelos deputados. Em suas declarações, o petista argumentou que a proposta favorece quem quer escapar da lei e enfraquece o combate à criminalidade.
"O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou", destacou Lula. "Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei".
Disputa política sobre segurança pública
O embate revela uma profunda divisão entre Executivo e Legislativo sobre como enfrentar o crime organizado no país. Enquanto o governo defende que as alterações promovidas pelos deputados prejudicam a eficácia da legislação, Motta insiste que a medida fortalecerá as ações de segurança pública.
O presidente da Câmara finalizou sua manifestação com um apelo à união: "Precisamos estar unidos neste momento. O governo optou pelo caminho errado ao não compor essa corrente de união para combater a criminalidade. Repito: segurança não pode ser refém de falsas narrativas".
A polêmica deve seguir em evidência nos próximos dias, com o PL Antifacção seguindo para análise do Senado Federal em meio a um clima de tensão entre os Poderes.