
Eis que o ministro Mendonça, em uma jogada que não surpreendeu totalmente os mais antenados, resolveu seguir o caminho trilhado por Nunes Marques. O placar? Mais um voto contra a condenação de Carla Zambelli naquele caso famoso — e bastante filmado — de perseguição com arma em São Paulo.
Parece que o Supremo Tribunal Federal está mesmo dividido nessa questão. Mendonça, com aquela calma que lhe é característica, simplesmente engoliu o argumento da defesa de Zambelli de que não houve dolo específico. Segundo ele, a deputada não teria tido a real intenção de ameaçar o homem que perseguiu.
O Voto que Balançou a Mesa
O ministro não economizou palavras. Ele basicamente endossou a tese de Nunes Marques, que já havia votado pela absolvição no começo do mês. Mendonça acha, veja só, que Zambelli agiu movida por um "estado de emoção e paixão" — algo que, convenhamos, soa mais como desculpa esfarrapada do que argumento jurídico sólido.
E tem mais: ele questionou a validade da acusação de perseguição, sugerindo que a conduta da parlamentar não se encaixaria perfeitamente no tipo penal. Conveniente, não?
E Agora, José?
Com esse voto, a conta ficou apertada para a condenação. São três votos a favor (Rosa Weber, Dias Toffoli e Cármen Lúcia) e agora dois contra. Faltam ainda seis ministros para dar seu veredito final.
O caso todo remonta àquele dia tenso de outubro de 2022, quando Zambelli — armada — perseguiu um homem nas ruas da capital paulista. As imagens correram o mundo, e o processo chegou ao STF por força do foro privilegiado.
Resta saber como os demais ministros votarão. Uma coisa é certa: a discussão sobre até onde vai a imunidade parlamentar — e o direito de portar armas — está longe de acabar.