CPMI do INSS tenta pela 3ª vez ouvir ex-diretor de pagamentos
CPMI tenta 3ª vez ouvir ex-diretor de pagamentos do INSS

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) fará uma nova tentativa, nesta segunda-feira, de ouvir o ex-coordenador-geral de Pagamento de Benefícios da autarquia, Jucimar Fonseca da Silva. Esta será a terceira ocasião em que o colegiado tenta tomar o depoimento do ex-gestor, que faltou às duas sessões anteriores após apresentar atestados médicos.

O terceiro chamado para depoimento

A audiência está marcada para as 16h desta segunda-feira, 1º de dezembro de 2025. Além de Jucimar Fonseca, também prestará informações à comissão Sandro Temer de Oliveira, representante de duas associações de aposentados e pensionistas: a AAPPS Universo e a APDAP Prev.

O relator da CPMI, deputado Carlos Viana (Podemos-MG), e o presidente do colegiado, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), são os principais responsáveis pela condução dos trabalhos. A insistência em ouvir Fonseca está relacionada a seu papel em decisões polêmicas durante sua gestão no INSS.

As suspeitas sobre a gestão no INSS

Quando ocupava um cargo de chefia na cúpula do instituto, Jucimar Fonseca da Silva foi um dos responsáveis por uma medida que está sob escrutínio da comissão: o desbloqueio em lote de descontos associativos em benefícios de segurados.

Segundo integrantes da CPMI que pediram sua convocação, essa ação teria sido tomada contrariando um parecer da procuradoria especializada do próprio INSS. A reativação desses convênios, conforme a investigação, beneficiou entidades que hoje são alvo de apuração tanto da Polícia Federal (PF) quanto da própria comissão parlamentar.

Novos requerimentos e ampliação da investigação

Em paralelo à tentativa de ouvir o ex-diretor, a CPMI do INSS continua a ampliar seu raio de investigação. Na última sexta-feira, o presidente Alfredo Gaspar protocolou requerimentos solicitando novas informações ao ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho.

Os pedidos incluem detalhes da documentação referente a notas de auditoria que levaram à suspensão cautelar das averbações de operações de crédito consignado de quatro instituições financeiras: Facta Financeira, Cobuccio Sociedade de Crédito Direto S.A., Banco Inter e Paraná Banco S.A.

De acordo com o deputado, a atuação da CGU tem gerado essas suspensões cautelares feitas pelo INSS. Gaspar também solicitou que o presidente atual do INSS, Gilberto Waller Júnior, envie à comissão uma série de documentos, incluindo:

  • Relatórios e notas de auditoria produzidos pelo órgão sobre empréstimos consignados.
  • Documentos recebidos pela CGU sobre o tema.
  • Informações sobre as providências adotadas pelo INSS para cada recomendação feita pela CGU referente aos empréstimos consignados.

O andamento da investigação e a efetivação do depoimento de Jucimar Fonseca são aguardados como passos cruciais para o desdobramento da CPMI, que busca esclarecer supostas irregularidades no sistema de consignados e na gestão de convênios do INSS.