Governador Cláudio Castro se recusa a comentar prisão de Bacellar e cita nota oficial
Castro mantém silêncio sobre prisão de presidente da Alerj

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), optou por não fazer comentários adicionais sobre a prisão do deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil). Questionado por jornalistas na manhã desta sexta-feira, 5 de janeiro, Castro se limitou a remeter à nota oficial que já havia emitido sobre o caso.

O silêncio do governador e a reação aos jornalistas

Na chegada ao segundo dia do encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), na Casa Firjan, em Botafogo, o governador foi abordado pela imprensa. Ao ser perguntado se tinha algo a declarar sobre a prisão de Bacellar, sua resposta foi direta: “Já falei, é exatamente o que eu falei na nota. É só ler o que está lá, obrigado”, afirmou, enquanto seguia caminhando.

Uma repórter insistiu, questionando sobre a expectativa dele para a análise do caso na Alerj, uma vez que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa se reuniria no mesmo dia para dar início ao rito processual. Castro, no entanto, manteve a postura e se esquivou: “Não sou deputado, tem que perguntar para os deputados”, respondeu.

O conteúdo da nota oficial e a confiança nas instituições

Antes do encontro com a imprensa, o Palácio Guanabara havia divulgado uma nota na qual o governador se posicionava sobre a detenção de Bacellar. No comunicado, Castro afirmou acompanhar os fatos com “a devida atenção institucional” e destacou a necessidade de garantir o direito ao devido processo legal ao presidente do Legislativo estadual.

O ponto central da declaração foi a reafirmação de confiança no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Polícia Federal (PF), órgãos responsáveis pela investigação. “Mantenho a confiança na condução técnica e imparcial do STF e da Polícia Federal”, declarou. A nota também informou que todos os esclarecimentos solicitados pelo STF ao Poder Executivo estadual já haviam sido respondidos, reforçando o compromisso com a legalidade e a transparência.

Contexto do caso e a ruptura política

A prisão de Rodrigo Bacellar foi determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal, o deputado é suspeito de vazar informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro do ano passado, que resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias.

A relação entre Castro e Bacellar já estava rompida desde julho, quando o presidente da Alerj, que na ocasião governava o estado interinamente, exonerou o então secretário estadual de Transportes, Washington Reis (MDB). O afastamento político foi um golpe significativo, uma vez que, antes disso, o governador havia indicado publicamente que Bacellar seria seu candidato à sucessão no Palácio Guanabara nas eleições de 2026.

Em um episódio recente que ilustra a complexa dinâmica de poder, Bacellar assumiu interinamente o governo do Rio no último final de semana, enquanto Cláudio Castro assistia à final da Copa Libertadores em Lima, no Peru. Curiosamente, durante os três dias à frente do Executivo estadual, o presidente da Alerj não assinou nenhum decreto.

O caso segue sob a alçada do STF e da PF, e seus desdobramentos na Assembleia Legislativa e no cenário político fluminense são aguardados com grande expectativa.