
O cenário político catarinense está pegando fogo, e não é pouco. Sabe aquele ditado que em política não há coincidências? Pois é. As peças estão se movendo num tabuleiro que mistura interesses nacionais e ambições locais de uma forma que poucos viram chegando.
Jorginho Melo, aquele que não é nenhum novato na arte da negociação, deu uma de maestro e orquestrou um entendimento direto com o próprio Bolsonaro. O assunto? Nada mais, nada menos que o futuro do conservadorismo no estado. E olha, não foi um mero aperto de mãos. Foi algo estratégico, desenhado com uma precisão que impressiona.
O que estava em jogo era simplesmente o apoio do ex-presidente à candidatura de Jorginho ao governo do estado. Algo crucial, obviamente. Em troca? Bom, aí é que a coisa fica suculenta. O PL, partido de Bolsonaro, ganharia uma via livre – uma espécie de salvo-conduto – para lançar uma figura de peso ao Senado. E adivinha quem é o nome que está pipocando com força total nos corredores? Carlos Bolsonaro. O Carluxo.
O Xadrez Partidário e a Ambição Familiar
Parece que o clã Bolsonaro não quer saber de perder o protagonismo. Com o pai de volta à disputa presidencial, era preciso garantir que o nome da família continuasse em alta em outras frentes. E Carlos, com seu perfil aguerrido e sua base fiel nas redes, parece ser a aposta certa para ocupar um espaço de poder no Legislativo.
Mas calma lá que não é tão simples. Santa Catarina não é um quintal qualquer. É um estado com uma política própria, forte, e eleitorado que não se impressiona só com nome. O próprio Jorginho, que é um dos presidentes nacionais do PL, sabe disso melhor que ninguém. Ele não iria simplesmente abrir mão de uma carta importante sem ter certeza de ganhos concretos. A negociação, portanto, foi dura, mas parece ter encontrado um ponto de equilíbrio que agrada a ambos os lados.
O que me faz pensar: será que o eleitor catarinense vai comprar essa ideia? Um candidato do Rio de Janeiro, representando os interesses do estado? É uma pergunta que vai ecoar muito até outubro.
Os Riscos e as Recompensas
Ninguém coloca todas as fichas numa jogada assim sem calcular os riscos. Para Jorginho, a benção de Bolsonaro é como um trunfo na manga, capaz de galvanizar a base mais à direita. Por outro lado, associar-se tão fortemente à família Bolsonaro pode afastar eleitores do centro, aqueles que ainda estão em dúvida.
Para o PL nacional, é uma chance de ouro de plantar uma bandeira num estado economicamente pujante e aumentar sua bancada no Senado – uma casa fundamental para qualquer projeto de poder. Colocar Carluxo lá seria uma maneira de manter a máquina ideológica funcionando a pleno vapor, independente do resultado das urnas para a presidência.
É uma aposta alta. Do tipo tudo ou nada. Só o tempo – e as urnas – vão dizer se a jogada foi de mestre ou um tremendo tiro pela culatra.
Uma coisa é certa: o sul do país promete ser um dos palcos mais quentes e decisivos das eleições. Fiquem de olho.