Vice-presidente do PT na Bahia, Everaldo Anuncição, morre aos 61 anos após infarto fulminante
Vice-presidente do PT-BA morre por infarto aos 61 anos

O cenário político da Bahia acordou mais cinza nesta quarta-feira. Everaldo Anuncição, vice-presidente estadual do PT — um daqueles sujeitos que a gente chama de "pau pra toda obra" na militância — não resistiu a um infarto fulminante. Sessenta e um anos de história, interrompidos de supetão.

Não foi uma despedida longa, daquelas que dão tempo de se preparar. O mal-estar veio de repente, por volta das 8h da manhã, ainda em sua casa, no bairro de Pernambués, em Salvador. O socorro correu, os médicos se esforçaram — mas o coração do velho combatente simplesmente pediu paz.

A notícia se espalhou feito rastro de pólvora pelo WhatsApp e grupos do partido. Aquele silêncio pesado que só a morte de uma peça fundamental é capaz de provocar. Jacó Pimentel, presidente estadual do PT, tentava digerir o golpe quando falou com a imprensa. A voz embargada, ele lembrou do Everaldo não como um cargo, mas como um estrategista nato, do tipo que resolve crise no olho do furacão.

E que trajetória, hein? O homem não era chegado a holofotes, mas sua marca estava em tudo. Três mandatos na Câmara de Salvador, de 1997 a 2008. Uma das mentes por trás das maiores vitórias petistas na capital. Aquele sujeito que você via nos comícios, de camisa puída e um caderno cheio de anotações, sempre com um plano B na manga.

E agora? O PT baiano perde mais do que um vice-presidente. Perde uma memória viva, um arquivo ambulante de todas as batalhas que moldaram o partido no estado. A família — a de sangue e a política — se prepara para o último adeus. O velório deve acontecer ainda nesta quarta no Espaço Velatório Irmã Dulce, no Parque Bela Vista, a partir das 14h. O corpo segue depois para cremação, num fecho discreto para quem nunca gostou de pompa.

O que fica é o vazio. Aquele lugar na mesa de reuniões que vai demorar a ser preenchido. E a lembrança de um sujeito que, até o último suspiro, acreditou que a política — com todas as suas falhas — ainda é a ferramenta mais poderosa de transformação que a gente tem.