Crise na direita: Eduardo Bolsonaro gera revolta com comparação a Churchill
O ambiente político brasileiro foi agitado por mais uma polêmica envolvendo Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. O deputado federal, que atualmente reside nos Estados Unidos, comparou seu pai ao lendário estadista britânico Winston Churchill, gerando reações imediatas dentro da própria base aliada.
A situação se intensificou após declarações do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, que em entrevista recente classificou o trabalho de Eduardo Bolsonaro como inadequado. O governador foi direto ao afirmar que o deputado "está louco, falando bobagem, abobrinha" em suas redes sociais.
Troca de farpas acirrada
Mauro Mendes não poupou críticas ao desempenho de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, destacando especialmente sua defesa do chamado "tarifaço". O governador foi enfático ao dizer: "Ele fez uma lambança gigante quando defendeu o tarifaço, um grande equívoco que cometeu. E agora está cometendo outro".
A reação de Eduardo Bolsonaro não demorou e veio carregada de insultos. Em resposta publicada nas redes sociais, o deputado acusou Mendes de "frouxidão" e declarou que vive "no exílio" por causa de "políticos bostas" como o governador.
Comparação histórica polêmica
Na última segunda-feira, 10 de novembro de 2025, a situação escalou ainda mais quando Eduardo Bolsonaro publicou uma comparação direta entre seu pai e Winston Churchill. O deputado argumentou: "Churchill, por exemplo, também foi preso - para citar apenas um exemplo de líder mundial que passou por isso".
A comparação ignora contextos históricos completamente diferentes. Winston Churchill foi preso em 1899 durante a Guerra dos Bôeres, quando atuava como correspondente de guerra. O estadista britânico é mundialmente reconhecido por liderar o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial e por receber o Prêmio Nobel de Literatura em 1953.
A edição mais recente da revista Veja, que chegou às bancas nesta semana, revela que aliados de Bolsonaro estão pressionando o ex-presidente para controlar seus filhos. De acordo com a publicação, os filhos se tornaram "vetores de conflitos, brigas e ataques a aliados na direita".
Insatisfação crescente na base
Antes das críticas de Mauro Mendes, o senador Ciro Nogueira já havia expressado preocupação com os prejuízos causados por Eduardo Bolsonaro. O parlamentar foi categórico ao afirmar que a atuação do filho do ex-presidente causou "prejuízo gigantesco" para o projeto político do grupo.
Nogueira lamentou: "Nós tínhamos uma eleição completamente resolvida", indicando que as declarações de Eduardo Bolsonaro teriam afetado negativamente as ambições eleitorais da direita.
A situação expõe uma fissura significativa no campo político bolsonarista, com figuras importantes da base aliada demonstrando abertamente seu descontentamento com a atuação do filho do ex-presidente. A polêmica envolvendo a comparação com Churchill apenas amplifica essas tensões, criando um desafio adicional para a coesão do grupo.