Uma década após o início do processo que afastou a então presidente Dilma Rousseff do cargo, o ex-deputado Eduardo Cunha anunciou que prepara uma nova edição do livro que narra os bastidores do impeachment. A informação foi divulgada pelo próprio Cunha em sua conta no X, antigo Twitter, nesta terça-feira, 2 de dezembro de 2025.
Anúncio marca data histórica
O anúncio foi feito exatamente dez anos depois de 2 de dezembro de 2015, data em que Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados, aceitou a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff. O ato foi o pontapé inicial para um dos capítulos mais turbulentos da política brasileira recente, que culminou no afastamento definitivo da petista em 2016.
Em sua publicação, Cunha afirmou: “Estou preparando uma nova edição do livro, compilado e atualizada, para lançamento no ano que vem”. A obra em questão é “Tchau querida, o diário do impeachment”, escrita em coautoria com sua filha, a também política Dani Cunha.
Detalhes da obra e contexto do autor
A primeira versão do livro foi lançada após o impeachment e trouxe a perspectiva de um dos principais atores do processo. Eduardo Cunha, que foi uma figura central no episódio, detalhou em suas páginas os acontecimentos que levaram ao afastamento de Dilma.
O ex-presidente da Câmara tem um histórico marcado pela Justiça. Ele chegou a ser condenado a mais de 55 anos de prisão em três processos distintos relacionados a corrupção, dentro da Operação Lava Jato. Sua trajetória política e judicial permanece como um dos símbolos da crise institucional daquela época.
A parlamentar Dani Cunha, coautora da obra, é filha de Eduardo Cunha e seguiu carreira política. O lançamento da nova edição, previsto para 2026, promete reacender o debate sobre um período decisivo para o país, agora com uma compilação e atualização dos fatos sob a ótica dos autores.
Repercussão e significado político
O anúncio do relançamento do livro em uma data tão simbólica não passa despercebido no cenário político brasileiro. A obra deve servir como um novo registro dos eventos, numa tentativa de consolidar uma narrativa específica sobre o impeachment.
O período entre 2015 e 2016 continua a ser objeto de intensos estudos e discussões, dividindo opiniões sobre sua legalidade e motivações políticas. A promessa de uma versão atualizada do diário de Cunha coloca novamente em pauta a memória e a interpretação desse marco histórico.
Com a nova edição, Eduardo e Dani Cunha buscam reafirmar seu lugar na história do processo e oferecer ao público uma visão ampliada, uma década depois do início da crise que mudou os rumos da presidência de Dilma Rousseff.