Zelensky agradece a Trump por apoio dos EUA em meio a tensões sobre plano de paz
Zelensky agradece a Trump por apoio dos EUA

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou publicamente sua gratidão aos Estados Unidos e ao presidente Donald Trump pelo apoio contínuo ao país durante o conflito com a Rússia. A declaração ocorre em um momento de tensão diplomática, enquanto Kiev analisa uma proposta de paz americana que exige concessões territoriais.

Reconhecimento público em meio a críticas

Em mensagem publicada no Telegram neste domingo, Zelensky afirmou: "A Ucrânia agradece aos Estados Unidos, a cada coração americano e, em especial, ao presidente Trump pela ajuda que, desde os mísseis Javelin, salva vidas ucranianas". A declaração veio poucas horas depois de Trump criticar o governo ucraniano em sua rede social Truth Social, alegando que os líderes de Kiev demonstraram "zero gratidão" pelos esforços americanos.

O presidente ucraniano também estendeu seus agradecimentos à Europa e aos grupos G7 e G20 pelo apoio recebido, enfatizando a importância de manter essa assistência internacional. "Por isso trabalhamos com tanto cuidado em cada ponto, em cada passo rumo à paz", declarou Zelensky, acrescentando que "tudo precisa ser feito da maneira correta para que possamos realmente encerrar esta guerra e impedir que ela se repita".

Pressão por decisão sobre plano de paz

As declarações ocorrem enquanto a Ucrânia avalia um plano de paz proposto pelos Estados Unidos que prevê concessões territoriais à Rússia e oferece garantias de segurança limitadas para a Ucrânia. Em discurso à população na sexta-feira, 21 de outubro, Zelensky revelou a enorme pressão que seu país enfrenta: "Podemos ter de escolher entre perder nossa dignidade ou correr o risco de perder um parceiro essencial".

O presidente ucraniano prometeu que Kiev vai "trabalhar com calma" com Washington e outros aliados para avaliar a proposta, comprometendo-se a agir de forma construtiva. No entanto, Trump estabeleceu um prazo curto para uma resposta, pressionando por uma decisão até quinta-feira, 27 de outubro.

Diplomacia em movimento

Nos bastidores, intensificam-se os contatos diplomáticos. Antes de seu pronunciamento público, Zelensky conversou por telefone com o vice-presidente americano JD Vance, embora não tenha revelado detalhes da conversa. Também manteve contato com os líderes da Alemanha, França e Reino Unido, que reafirmaram apoio à Ucrânia e elogiaram "os esforços de Donald Trump" para buscar o fim da guerra.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores dos EUA, Marco Rubio, chegou em Genebra, na Suíça, para discutir a proposta de paz com uma delegação ucraniana liderada por Andrii Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, além de representantes da França, Alemanha e Reino Unido.

O governo americano, porém, surpreendeu aliados europeus ao apresentar o plano sem ampla consulta prévia, indicando possíveis divisões na abordagem ocidental em relação ao conflito.

Críticas públicas de Trump

Em publicação no Truth Social, Trump foi contundente em suas críticas: "A guerra entre a Rússia e a Ucrânia é violenta e terrível e, com uma liderança forte e adequada dos EUA e da Ucrânia, nunca teria acontecido". O presidente americano atribuiu o início do conflito à administração de Joe Biden, afirmando que "herdei uma guerra que nunca deveria ter acontecido".

Trump também direcionou críticas aos países europeus que continuam comprando petróleo da Rússia, contrariando sanções econômicas, e mencionou as vendas americanas de armas para a OTAN, destinadas à Ucrânia. Sua mensagem terminou com um apelo emocional: "Deus abençoe todas as vidas perdidas nessa catástrofe humana!"

O encontro entre Trump e Zelensky na Casa Branca ocorreu em 17 de outubro de 2025, marcando um momento crucial nas relações bilaterais enquanto ambos os países navegam por negociações delicadas que podem determinar o futuro do conflito e da estabilidade na Europa Oriental.