O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou otimismo neste sábado sobre a possibilidade de alcançar um acordo para pôr fim à guerra com a Rússia nos próximos dias. Durante seu discurso habitual ao final do dia, o líder ucraniano descreveu como "viável" a concretização de um "fim digno" para o conflito que já dura quase três anos.
Diálogo Internacional Intensifica-se
A delegação ucraniana para as negociações já se encontra nos Estados Unidos para dar continuidade às discussões baseadas nos pontos estabelecidos em Genebra. Zelensky destacou a abordagem construtiva dos norte-americanos e expressou confiança no trabalho dos representantes ucranianos, que atuam seguindo "as claras prioridades ucranianas".
As movimentações diplomáticas ganham novo fôlego com o anúncio de que o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial de Donald Trump, Steve Witkoff, se reunirão com a delegação ucraniana neste domingo na Flórida. O encontro contará também com a presença de Jared Kushner, genro do presidente Trump.
Proposta Americana e Resistência Ucraniana
Estes contatos ocorrem após a apresentação por Washington de um plano composto por 28 pontos para encerrar o conflito. A proposta inicial inclui a cessão de territórios à Rússia, redução do efetivo militar ucraniano e a consagração da neutralidade do país na Constituição - aspectos que encontram forte resistência em Kyiv.
Enquanto as negociações avançam, a situação no terreno permanece tensa. Zelensky relatou um ataque russo "em grande escala" na noite anterior, com drones e mísseis visando infraestruturas elétricas ucranianas. "A Rússia não muda de tática e continua tentando infligir este tipo de dor à Ucrânia antes do inverno", lamentou.
Defesas Ucranianas em Ação
O presidente ucraniano, no entanto, destacou a eficácia das defesas do país. Foram abatidos 19 mísseis, incluindo balísticos, e quase 560 drones, dentre os quais aproximadamente 300 eram do modelo Shahed de fabricação iraniana. "Infelizmente, nem todos foram abatidos", reconheceu Zelensky.
O reforço das defesas antiaéreas foi identificado como "a prioridade número um" pelo líder ucraniano, que voltou a solicitar o apoio dos aliados. "Nenhum país pode enfrentar isto sozinho", afirmou, enfatizando a necessidade de "aumentar a qualidade da nossa defesa antiaérea".
Em desenvolvimento paralelo, Andriy Yermak, ex-chefe de gabinete de Zelensky que se demitiu na sexta-feira, revelou que seguirá para a frente de guerra. "Não quero criar problemas para Zelensky", justificou o ex-colaborador do presidente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, iniciada em 24 de fevereiro de 2022, continua a representar a mais grave crise de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com negociações diplomáticas e confrontos militares ocorrendo simultaneamente.