Ucrânia aceita base de plano de paz dos EUA para encerrar guerra com Rússia
Ucrânia aceita base de plano de paz dos EUA

O governo da Ucrânia aceitou nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, a base de uma proposta de paz mediada pelos Estados Unidos para encerrar o conflito com a Rússia. O anúncio foi feito pelo secretário de Segurança Nacional ucraniano, Rustem Umerov, que confirmou o entendimento comum alcançado entre as delegações dos dois países.

Acordo em andamento

As negociações ocorreram em Genebra e representam um avanço significativo nos esforços diplomáticos para pôr fim à guerra. Em publicação nas redes sociais, Umerov agradeceu as reuniões produtivas e reconheceu os esforços do presidente Donald Trump para mediar o processo de paz.

Segundo o secretário ucraniano, as delegações chegaram a um entendimento comum sobre os termos essenciais do acordo discutido. Kiev agora espera o apoio de parceiros europeus para as próximas etapas e planeja organizar uma visita do presidente Volodymyr Zelensky aos Estados Unidos ainda em novembro para concluir os detalhes finais do documento.

Diplomacia em múltiplas frentes

Enquanto isso, em uma iniciativa paralela, o secretário do Exército americano, Dan Driscoll, reuniu-se com autoridades russas em Abu Dhabi. Essas tratativas fazem parte do intenso esforço diplomático do governo Trump para encontrar uma solução para o conflito.

A natureza exata das conversas nos Emirados Árabes Unidos não foi divulgada publicamente, mas foi confirmada pela agência Reuters. Uma autoridade americana, sob condição de anonimato, revelou que Driscoll também se encontraria com representantes ucranianos na capital dos Emirados.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou sobre o processo, afirmando que o projeto americano pode se tornar uma base muito boa para as negociações. No entanto, destacou que a Rússia ainda não tinha declarações formais sobre a reunião em Abu Dhabi.

Preocupações e resistências

O avanço nas negociações ocorre em meio a preocupações significativas por parte da Ucrânia e seus aliados europeus. A mais recente proposta de paz dos Estados Unidos, um plano de 28 pontos divulgado na semana passada, gerou apreensão em Kiev e nas capitais europeias.

O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou cautela em entrevista à rádio RTL: "Queremos a paz, mas não queremos uma paz que seja uma capitulação". O líder francês enfatizou que apenas os ucranianos podem decidir sobre possíveis concessões territoriais.

As principais preocupações envolvem exigências que incluem:

  • Cessão de território ucraniano
  • Restrições ao tamanho das Forças Armadas da Ucrânia
  • Impedimento à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)

Enquanto as negociações avançam, a capital ucraniana, Kiev, foi atingida por um massivo ataque com mísseis e drones durante a madrugada desta terça-feira. O ataque resultou em pelo menos seis mortos e obrigou habitantes a buscarem abrigo em estações de metrô, protegendo-se do frio do inverno que se aproxima.

O governo Zelensky enfrenta pressões crescentes, encontrando-se em seu momento mais vulnerável desde o início da guerra, após um escândalo de corrupção que levou à demissão de dois ministros. Paralelamente, as forças russas continuam avançando lentamente, mas de forma consistente, no campo de batalha.