O exército russo anunciou nesta quinta-feira, 20 de novembro de 2025, a captura da cidade estratégica de Kupiansk, no leste da Ucrânia, marcando mais um avanço significativo no conflito que já dura anos.
Anúncio oficial e avanços territoriais
Durante visita ao posto de comando do grupo "Ocidental", o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, informou pessoalmente ao presidente Vladimir Putin sobre a conquista de Kupiansk. O anúncio formal ocorreu na presença de oficiais de alto escalão do comando militar russo.
Além da tomada completa de Kupiansk, Gerasimov revelou que as tropas russas já controlam 70% do território de Pokrovsk, no oblast de Donetsk, e mais de 80% de Vovchansk, no oblast de Carcóvia. Esses avanços representam ganhos territoriais substanciais para Moscou em múltiplas frentes de batalha.
Cenário de destruição em Pokrovsk
O Ministério da Defesa da Rússia divulgou imagens que comprovam o domínio sobre a área sul de Pokrovsk. Os vídeos mostram militares russos circulando livremente pelas ruas da cidade, que apresenta um cenário de completa destruição.
As imagens revelam:
- Prédios carbonizados e estruturas danificadas
- Janelas estilhaçadas em todas as construções
- Ruas completamente desertas
- Ausência total de civis na região
Os soldados aparecem relaxados nas filmagens, sem demonstrar preocupação com possíveis ataques, indicando que a resistência ucraniana na área foi significativamente reduzida.
Importância estratégica de Pokrovsk
Pokrovsk, apelidada de "porta de entrada para Donetsk" pela mídia russa, tem sido alvo de Moscou há mais de um ano. A cidade tornou-se objetivo militar prioritário por sua posição estratégica nas linhas de abastecimento das tropas ucranianas.
Mapas do campo de batalha confirmam que os russos dominam a área, enquanto as forças ucranianas recuaram para a vizinha Myrnohrad. O controle total de Pokrovsk permitiria às forças russas estabelecer uma plataforma para avançar em direção a Kramatorsk e Sloviansk, as duas maiores cidades ainda sob controle ucraniano em Donetsk.
Plano de paz polêmico
Os avanços militares ocorrem simultaneamente à revelação de um polêmico plano de paz elaborado em conjunto por Estados Unidos e Rússia. De acordo com informações publicadas na quarta-feira, 19 de novembro, pelo Financial Times, Axios e Reuters, a proposta beneficiaria claramente os interesses russos.
O plano preliminar, desenvolvido pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, e pelo conselheiro do Kremlin, Kirill Dmitriev, contém 28 pontos que incluem:
- Capitulação ucraniana com concessões territoriais
- Limitação da assistência militar dos Estados Unidos
- Restrição às categorias de armamentos utilizados pela Ucrânia
- Controle sem precedentes da Rússia sobre a soberania militar e política ucraniana
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky já rejeitou publicamente a proposta, que segue o modelo de um plano similar elaborado pelo governo Trump para encerrar a guerra em Gaza.
Reações internacionais
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, respondeu indiretamente às notícias sobre o plano de paz através de uma publicação na rede social X. Ele afirmou que uma paz duradoura exigiria que "ambos os lados concordassem com concessões difíceis, mas necessárias".
Rubio acrescentou que os Estados Unidos "continuarão a desenvolver uma lista de ideias potenciais para pôr fim a esta guerra, com base nas contribuições de ambos os lados do conflito".
Washington tem insistido repetidamente que um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia está próximo, mas as propostas anteriores fracassaram por exigirem de Kiev concessões consideradas excessivas e dolorosas.
