Vídeo viral engana redes sociais com falsa comemoração
Um vídeo que circula intensamente nas redes sociais neste sábado (22) está sendo compartilhado com informações falsas sobre suposta comemoração popular pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. As imagens, que mostram uma multidão na Avenida Paulista em São Paulo, estão sendo completamente descontextualizadas.
O conteúdo viral inclui uma caixa de texto sobreposta afirmando que se trataria de "Avenida Paulista, agora em frente ao MASP... uma multidão de gente vai as ruas comemorar a prisão de Bolsonaro". Entretanto, essa descrição é completamente enganosa.
Origem real do vídeo descoberta por ferramentas de verificação
A verdadeira origem do material foi descoberta pela equipe do Fato ou Fake através de ferramentas especializadas em verificação de conteúdo. Utilizando o software InVID, os verificadores fragmentaram o vídeo em vários frames e realizaram busca reversa no Google Lens.
Os resultados demonstraram que as imagens são, na realidade, do dia 21 de setembro, quase um mês antes da prisão do ex-presidente. O evento retratado era um protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e o projeto que anistia pessoas condenadas pelos atos do dia 8 de janeiro.
Entre os elementos que comprovam a data real do vídeo está uma faixa preta estendida no chão com os dizeres "Pela vida do povo negro", claramente visível nas imagens. A mesma faixa aparece em registros da TV Globo feitos durante a manifestação de setembro.
Contexto político da prisão versus protesto real
Enquanto o vídeo fake tenta associar as imagens à prisão de Bolsonaro determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, a realidade mostra um contexto político completamente diferente. A prisão preventiva do ex-presidente ocorreu devido à violação da tornozeleira eletrônica que ele usava em prisão domiciliar.
Já o protesto real, capturado no vídeo que está sendo maliciosamente compartilhado, tinha como foco questões legislativas específicas que nada tinham a ver com a situação jurídica de Bolsonaro na data de sua prisão.
Esta não é a primeira vez que conteúdos antigos são reaproveitados para criar narrativas falsas sobre eventos políticos recentes. Especialistas alertam que a descontextualização de vídeos tem se tornado uma tática comum na disseminação de desinformação.