Auditoria do TCE aponta crimes na gestão do RioPrevidência
TCE aponta crimes na gestão do RioPrevidência

Auditoria do TCE revela irregularidades graves na gestão previdenciária

Um relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE) identificou fortes indícios de crimes na gestão do RioPrevidência, o regime próprio de previdência do Rio de Janeiro. O documento, datado de abril de 2025, alertava sobre os riscos dos investimentos sete meses antes da operação da Polícia Federal que prendeu o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e outros executivos.

Investimentos irregulares e falta de controle

De acordo com a auditoria, R$ 970 milhões foram aplicados no Banco Master de forma irregular, sem a devida fundamentação e análise técnica por parte dos gestores. Os auditores constataram que as decisões sobre onde investir os bilhões do fundo estavam centralizadas em pouquíssimos servidores do RioPrevidência.

O relatório é enfático ao afirmar que a aplicação neste fundo "se deu de forma irregular e que trouxe prejuízos financeiros ao fundo e o submeteu a riscos desnecessários", configurando o que classificam como gestão temerária.

Alerta prévio e consequências

O TCE já havia alertado que, se o Banco Master quebrasse - como de fato aconteceu -, o RioPrevidência poderia não conseguir recuperar o valor total investido. O documento destaca que qualquer perda financeira impactará diretamente o patrimônio dos fundos, pressionando as finanças dos entes públicos e dos próprios servidores.

Além dos R$ 970 milhões investidos diretamente no Master, mais de R$ 1,5 bilhão foi aplicado em fundos administrados pela corretora do banco de Daniel Vorcaro, totalizando mais de R$ 2,6 bilhões em exposição ao grupo.

Pessoas envolvidas e investigações

O TCE pediu a notificação de três gestores pela suspeita de atos administrativos irregulares:

  • Deivis Marcon Antunes, diretor-presidente do RioPrevidência
  • Eucherio Lerner Rodrigues, ex-diretor de Investimentos
  • Pedro Pinheiro Guerra Leal, gerente de operações de investimentos

O caso será analisado pelo plenário do TCE, tendo como relator o conselheiro José Gomes Graciosa. Enquanto isso, o Ministério Público afirmou que investiga indícios de irregularidades nos investimentos do RioPrevidência desde outubro do ano passado.

O RioPrevidência, em sua defesa, informou que todos os investimentos realizados no Banco Master em 2023 e 2024 seguiram rigorosamente a legislação e que mantém contato direto com o Banco Central para buscar a melhor alternativa de recuperação dos créditos.