Sarkozy pode ser solto após 20 dias na prisão por corrupção
Sarkozy pode ser libertado após 20 dias na prisão

O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, pode recuperar sua liberdade já nesta segunda-feira, após cumprir apenas vinte dias de prisão por condenação por corrupção. O Tribunal de Justiça de Paris analisará um recurso da defesa que pode resultar na soltura imediata do político.

Julgamento decisivo para liberdade de Sarkozy

Na próxima segunda-feira, 10 de novembro de 2025, os advogados de Sarkozy apresentarão argumentos para tentar reverter a prisão do ex-chefe de Estado. A defesa sustenta que Sarkozy não representa risco de fuga, não oferece perigo à sociedade e não ameaça testemunhas - condições que, segundo a legislação francesa, permitiriam que ele aguardasse o julgamento de todos os recursos em liberdade.

Caso o tribunal aceite os argumentos da defesa, Sarkozy poderá deixar imediatamente a prisão de La Santé, em Paris, onde está detido desde o dia 21 de outubro. Aos 70 anos, o ex-presidente governou a França entre 2007 e 2012 e se tornou o primeiro ex-mandatário na história recente do país a ser efetivamente preso.

Histórico de condenações e financiamento irregular

Esta não é a primeira vez que Sarkozy enfrenta condenações judiciais. Em processos anteriores, o ex-presidente conseguiu substituir a prisão pelo uso de tornozeleira eletrônica, evitando assim o encarceramento enquanto respondia a outras acusações.

As acusações que levaram à sua prisão atual envolvem o financiamento irregular de sua campanha presidencial em 2007. As investigações apontam que recursos do ex-ditador líbio Muammar al-Gaddafi teriam sido utilizados para bancar a campanha de Sarkozy. Suspeita-se que assessores próximos ao político negociaram o patrocínio com aliados do líder líbio, que foi morto em 2011 durante uma operação militar liderada pelos Estados Unidos.

Ampliação das investigações

As autoridades francesas descobriram indícios de corrupção também no financiamento da campanha de reeleição de Sarkozy em 2012, quando ele foi derrotado por François Hollande. As investigações se expandiram e agora atingem inclusive a esposa do ex-presidente, a modelo internacional e cantora franco-italiana Carla Bruni, que também se tornou alvo das apurações.

O caso representa um marco na justiça francesa, demonstrando que mesmo ex-chefes de Estado não estão acima da lei. O desfecho do julgamento desta segunda-feira determinará se Sarkozy continuará preso ou se retornará para casa enquanto aguarda os próximos capítulos deste processo judicial que já dura vários anos.