PF prende vice-prefeito em operação contra fraudes em licitações
PF prende vice-prefeito por fraudes em licitações

Operação da PF prende vice-prefeito e diretora por fraudes em licitações

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (12) uma operação de grande porte para investigar supostas irregularidades em licitações públicas na região de Campinas. O vice-prefeito de Hortolândia, Cafu César do PSB, foi preso preventivamente, assim como Simone Antoniel, diretora de Gestão de Contratos do município.

Abrangência da operação policial

A ação coordenada cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em três estados brasileiros: São Paulo, Distrito Federal e Paraná. Todos os documentos judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Campinas.

Na região de Campinas, especificamente, as equipes policiais executaram 19 mandados de busca e três ordens de prisão. As cidades atingidas pelas diligências incluíram Hortolândia, Sumaré, Limeira e Piracicaba, conforme apuração da EPTV, afiliada da TV Globo.

Crimes investigados e instituições envolvidas

Segundo a Polícia Federal, a investigação contou com apoio fundamental da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar. Os envolvidos podem responder por uma série de crimes graves, incluindo:

  • Corrupção ativa e passiva
  • Peculato (desvio de verbas públicas)
  • Fraude em procedimento licitatório
  • Lavagem de dinheiro
  • Contratação irregular
  • Organização criminosa

Diligências em prédios públicos e empresas

Em Sumaré, a PF realizou buscas em importantes secretarias municipais, incluindo Educação, Administração e no Arquivo Público, que funciona no mesmo prédio da Secretaria de Obras. A determinação judicial incluía a apreensão de cópias integrais dos processos licitatórios e contratos públicos da empresa Life Tecnologia Educacional Ltda.

Os investigadores também estiveram na sede da Life Tecnologia em Piracicaba. O secretário de Justiça de Sumaré, Valdemir Moreira dos Reis Júnior, esclareceu que o contrato com a empresa foi firmado na gestão anterior, através de ata de registro de preços, modalidade que permitiria à prefeitura adquirir diretamente materiais didáticos e equipamentos de robótica.

O porta-voz municipal afirmou que, na atual gestão, o contrato permanece vigente, mas nunca foi utilizado para compra de materiais. Ele acrescentou que a prefeitura já havia aberto uma sindicância interna para apurar possíveis irregularidades no contrato antes mesmo da operação da PF.

Em Limeira, as diligências ocorreram na construtora MC Botion, localizada no bairro Vila Cidade Jardim. A empresa foi fundada pelo ex-prefeito Mário Botion, adicionando outro elemento político à investigação.

Posicionamento das prefeituras

A Prefeitura de Hortolândia emitiu nota informando que a diligência da Polícia Federal trata-se de apuração sobre denúncias em processo de licitação e que a Administração Municipal está à disposição dos órgãos de segurança para colaborar com as investigações.

Já a Prefeitura de Sumaré destacou em seu comunicado que os procedimentos focam contratos firmados em 2020, referentes à gestão anterior, e não dizem respeito a contratos celebrados pela atual administração. O Executivo Municipal reforçou que está colaborando de forma plena com as autoridades, disponibilizando toda documentação solicitada com transparência e respeito à legalidade.

A operação representa mais um capítulo no combate à corrupção em licitações públicas no interior paulista, envolvendo figuras políticas de destaque e revelando supostas irregularidades em contratos milionários.