
Eis que surge mais uma trama que parece saída de um daqueles seriados sobre corrupção - só que dessa vez a realidade bateu à porta do sistema público de saúde. O Ministério Público de São Paulo resolveu puxar o fio de uma meada que, convenhamos, cheira muito mal.
Estamos falando de um hospital municipal na região de Itapetininga, interior paulista, onde alguns médicos estão sendo investigados por supostamente... bem, vamos chamar de "criatividade contábil" nos seus registros de plantões. A coisa é séria, gente.
O que exatamente está sendo investigado?
Parece que a arte de estar em dois lugares ao mesmo tempo - ou três, ou quatro - tornou-se uma especialidade médica por ali. Segundo as apurações iniciais, os investigadores desconfiam que alguns profissionais estariam registrando plantões em horários sobrepostos, como se pudessem clonar a si mesmos.
Imagina só: o mesmo médico marcando plantão em diferentes unidades de saúde no mesmo horário. Ou declarando que trabalhava enquanto, na verdade, estava curtindo uma praia em Ubatuba. O MP não divulgou todos os detalhes, mas a coisa tem cara daqueles esquemas que a gente sempre ouve falar, mas nunca imagina que acontecem tão perto.
E as consequências?
Além do óbvio prejuízo ao erário público - porque dinheiro público não é brinquedo, né? - essa situação cria um problema ainda maior: a tal da "medicina fantasma".
Pensa comigo: se um médico marca plantão que não cumpriu, quem atendeu os pacientes? Será que alguém foi deixado sem atendimento? São questões que dão frio na espinha, especialmente quando falamos de saúde, algo tão fundamental.
O hospital em questão atende pelo SUS, ou seja, estamos falando de gente que depende desse serviço para ter acesso a cuidados médicos básicos. E isso, meus amigos, é para fazer qualquer um ficar com raiva.
O que dizem as autoridades?
O MP mantém aquele silêncio profissional de sempre - afinal, investigação em andamento é coisa séria. Mas as informações que vazaram sugerem que o esquema pode ser mais complexo do que aparenta.
Resta saber se havia conivência de outras pessoas dentro da administração hospitalar, ou se era apenas alguns "gênios" achando que ninguém perceberia. A verdade é que sistemas de controle costumam falhar até que alguém resolva olhar com atenção.
E alguém resolveu olhar.
E agora?
Enquanto a investigação corre em sigilo - como manda a lei - a população fica naquele limbo entre a esperança de que seja apenas um mal-entendido e o temor de confirmar mais um caso de corrupção na saúde pública.
O que me preocupa, sinceramente, é o efeito cascata. Essas notícias abalam a confiança de todo mundo no sistema. Quem precisa de atendimento começa a duvidar da qualidade do serviço, os profissionais honestos ficam com a imagem manchada... é uma situação onde todo mundo perde.
Mas, vamos torcer para que a verdade apareça - seja ela qual for - e que os responsáveis, se houver, respondam por seus atos. Porque saúde pública já enfrenta desafios demais para ainda ter que lidar com esse tipo de problema.