Ex-prefeito de Bonfim é preso pela Polícia Federal em Roraima
O ex-prefeito do município de Bonfim, Joner Chagas, de 51 anos, foi preso na tarde desta quinta-feira (27) durante operação da Polícia Federal em Roraima. A detenção ocorreu na capital Boa Vista, onde o político responde por investigação de envolvimento em esquema de fraudes em licitações públicas.
Esquema milionário em estradas vicinais
Segundo as investigações, o ex-gestor municipal é acusado de participar ativamente de um grupo organizado que desviou mais de R$ 40 milhões de recursos públicos. O montante era originalmente destinado à manutenção e recuperação de estradas vicinais no interior do estado de Roraima.
As apurações da PF revelaram que Joner Chagas utilizava uma empresária como "testa de ferro" para ocultar sua ligação direta com os recursos desviados. A empresa envolvida nos contratos recebeu valores superiores a R$ 40 milhões, mas não possuía estrutura física ou operacional compatível com os serviços contratados.
Operação desvendou esquema criminoso
A investigação teve início em setembro de 2025, quando a Polícia Federal prendeu uma empresária, seu marido e sua filha após flagrante em que sacavam R$ 510 mil em dinheiro na capital Boa Vista. Segundo os agentes, o valor tinha origem ilícita e levou os investigadores a identificar irregularidades em contratos públicos para recuperação de estradas.
Os policiais identificaram a atuação de um grupo organizado que utilizava uma empresa de fachada para cometer diversos crimes, incluindo:
- Fraude à licitação
- Corrupção ativa e passiva
- Lavagem de dinheiro
- Associação criminosa
Na quarta-feira (26), um dia antes da prisão do ex-prefeito, a PF já havia cumprido 7 mandados de busca e apreensão nas cidades de Boa Vista e Bonfim, como parte da mesma operação.
Investigações em andamento
O g1 tentou contato com a assessoria do ex-prefeito Joner Chagas para obter posicionamento sobre as acusações, mas ainda aguarda retorno. As investigações continuam em andamento e podem resultar em novas medidas judiciais conforme avançam as apurações sobre o esquema de desvios de recursos públicos.
O caso representa um dos maiores escândalos de corrupção recentes no estado de Roraima e evidencia a necessidade de maior controle e transparência na aplicação de recursos públicos, especialmente em contratos de obras e serviços de infraestrutura.
