Deputado pede CPI para investigar prejuízo bilionário do RioPrevidência
CPI para investigar prejuízo do RioPrevidência

O estado do Rio de Janeiro pode ganhar mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar um caso que envolve bilhões de reais dos cofres públicos. O deputado estadual Flavio Serafini, do Psol, protocolou um projeto de resolução para criar uma CPI destinada a apurar os investimentos do RioPrevidência no Banco Master.

Investigação de prejuízo bilionário

O foco da investigação será o prejuízo bilionário sofrido pelo fundo estadual de aposentadorias e pensões. De acordo com o parlamentar, que também preside a Comissão de Servidores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), o RioPrevidência aplicou cerca de um bilhão de reais no Banco Master. Entretanto, o Tribunal de Contas do Estado já identificou valores ainda maiores, chegando a R$ 2,6 bilhões investidos tanto no banco quanto em fundos associados.

A proposta de criação da CPI ainda precisa ser votada em plenário para ser instalada oficialmente. Serafini argumenta que é fundamental investigar completamente as operações que resultaram em tamanho prejuízo aos cofres públicos.

Pontos centrais da investigação

O deputado destacou três aspectos principais que merecem atenção especial da comissão parlamentar. O primeiro é analisar os efeitos sobre a solvência do RioPrevidência, garantindo que o fundo mantenha condições de honrar seus compromissos com os servidores públicos.

Outro ponto crucial é verificar a segurança dos ativos destinados ao pagamento de aposentadorias e pensões. A investigação também buscará identificar a responsabilidade dos gestores públicos que participaram das decisões de investimento.

Embora a autarquia estadual afirme que o pagamento das aposentadorias não está ameaçado após a liquidação extrajudicial do Banco Master, o parlamentar mantém suas preocupações sobre o impacto financeiro dessas operações.

Acusações de direcionamento e irregularidades

Flavio Serafini, que faz oposição ao governo de Cláudio Castro (PL), foi enfático em suas críticas. Ele afirma que o estado sofreu um prejuízo bilionário porque agentes públicos descumpriram normas estabelecidas para proteger os recursos estaduais.

"Está evidente que houve um direcionamento para favorecer o Banco Master", declarou o deputado. "Precisamos entender os impactos nas contas públicas e nos direitos dos servidores, além de identificar a cadeia de comando para que o Rio deixe de ser saqueado por quadrilhas de colarinho branco".

O parlamentar também mencionou que os órgãos de controle emitiram alertas sobre os investimentos, mas esses avisos teriam sido ignorados pelos responsáveis pelas decisões. Esta não é a primeira vez que Serafini investiga o RioPrevidência - ele já presidiu a CPI do fundo entre 2019 e 2021.

A situação ganhou contornos ainda mais dramáticos com a prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal em 26 de novembro de 2025. O fato aumenta a pressão por uma investigação completa sobre todas as operações envolvendo o banco e instituições públicas.

Além do RioPrevidência, a CPI também examinará investimentos realizados por outras entidades públicas, como a Cedae, ampliando o escopo da investigação sobre a aplicação de recursos estaduais.