O lado sombrio da Copa em Cuiabá: VLT abandonado e obras fantasmas deixam rastro de decepção
Copa 2014: o legado de abandono em Cuiabá

Quem diria que, mais de dez anos depois daquela festa toda, a Copa do Mundo ainda daria o que falar em Cuiabá. E não é por coisa boa, não. O que era pra ser orgulho virou, vamos combinar, uma baita decepção.

Parece até história de terror: um VLT que consumiu R$ 1,2 bilhão e hoje está lá, parado, enferrujando. Os trens? Nunca circularam. As estações? Viraram praticamente fantasmas urbanos. E o pior é que a conta veio, e cara, diga-se de passagem.

O elefante branco que ninguém queria

A Arena Pantanal, aquela que custou R$ 1 bilhão — sim, você leu direito — hoje mal consegue se manter. Os times locais não enchem nem metade das cadeiras, e o que era pra ser palco de grandes eventos virou basicamente um problema financeiro crônico.

E não para por aí. As obras de mobilidade urbana prometidas? Ficaram pela metade, quando não simplesmente sumiram do mapa. O BRT, que era pra conectar o aeroporto ao centro, também não saiu do papel direito. Parece piada de mau gosto.

O rastro da corrupção

Aqui é que a coisa fica realmente feia. A Operação Penalidade Máxima, da Polícia Federal, escancarou um esquema de desvios que beira o absurdo. Segundo as investigações, cerca de R$ 500 milhões teriam sido desviados só nas obras do VLT.

E adivinha quem paga a conta? Nós, contribuintes, é claro. Enquanto isso, os responsáveis... bem, melhor nem comentar.

O que me deixa realmente bolado é pensar que com esse dinheiro todo dava pra resolver tantos problemas sérios da cidade. Saúde, educação, moradia... mas preferiram construir um trem que não anda.

E agora, José?

O governo estadual tenta se defender, diz que está buscando soluções. Mas a verdade é que o estrago já está feito. As estruturas deterioram a cada dia que passa, e o prejuízo só aumenta.

Algumas estações do VLT, pasmem, sequer receberam os equipamentos elétricos necessários. Outras estão literalmente sendo invadidas pela vegetação. É de cortar o coração ver o dinheiro público sendo literalmente comido pelo mato.

E os moradores? Ah, esses aprenderam da pior maneira possível que promessa de político em ano de eleição — ou de Copa — é igual vento: vem e vai, e não deixa nada de útil pra trás.

Lição que custou bilhões

Se tem uma coisa que essa história toda ensina — e caro, muito caro — é que obra sem planejamento de verdade vira elefante branco. E pior: que a corrupção consegue transformar até os maiores sonhos em pesadelos urbanísticos.

Cuiabá hoje carrega nas costas o fardo de ter sedizado a Copa. E o pior? A conta ainda não fechou. Vai levar anos, talvez décadas, pra digerir esse rombo todo.

Enquanto isso, o VLT continua lá, mudo e parado, lembrando a todos que passam por perto que alguns legados são mais pesados que outros. E esse, com certeza, é dos que doem no bolso e na alma da cidade.