Rússia recebe proposta americana para paz na Ucrânia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou publicamente nesta sexta-feira (21) que Moscou recebeu uma proposta formal dos Estados Unidos para estabelecer a paz na Ucrânia. Em pronunciamento televisionado, o líder russo afirmou que os detalhes do plano ainda não foram debatidos concretamente entre as partes envolvidas.
Putin reiterou sua exigência pela entrega da região do Donbass como condição para encerrar o conflito com o país vizinho. O mandatário declarou que seu governo está "pronto para uma resolução pacífica", mas fez questão de lembrar que as forças russas continuam avançando no território ucraniano e manterão essa postura até que um acordo seja alcançado.
Pressão sobre Zelensky e prazo curto
Do outro lado do conflito, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, descreveu este momento como um dos mais difíceis da história recente do país. Em discurso em vídeo à população, Zelensky expressou o dilema enfrentado por sua nação: "Podemos ter que escolher entre perder nossa dignidade ou correr o risco de perder um parceiro essencial".
O governo americano, liderado por Donald Trump, estabeleceu um prazo rigoroso para que a Ucrânia se posicione sobre o plano de paz: até a próxima quinta-feira (27 de novembro). Zelensky prometeu analisar a proposta "com calma" junto aos Estados Unidos e outros aliados, assumindo um compromisso de agir "de forma construtiva".
Detalhes do plano americano e reações internacionais
O plano de paz elaborado pelos Estados Unidos inclui várias das exigências históricas do presidente russo, conforme esboço obtido pela agência de notícias AFP. Entre os pontos principais estão:
- Cessão das regiões de Donetsk e Luhansk à Rússia
- Reconhecimento formal da Crimeia como território russo
- Oferecimento de garantias de segurança limitadas a Kiev
- Redução das forças militares ucranianas
Enquanto isso, líderes europeus demonstraram apoio à Ucrânia em ligação conjunta com Zelensky. O presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o chanceler alemão Friedrich Merz garantiram que a Europa manterá seu apoio ao país, embora tenham elogiado "os esforços de Donald Trump" para buscar o fim da guerra.
O governo do Kremlin, por sua vez, aumentou a pressão sobre Kiev, afirmando que a Ucrânia tem pouca margem de negociação diante dos recentes avanços russos no front de batalha. Até o momento, Moscou não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo específico da proposta americana.