Otan envia caças após maior invasão de drones russos na Romênia
Otan envia caças contra drones russos na Romênia

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) mobilizou caças de combate nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, para conter o que as autoridades romenas classificaram como a maior invasão de drones russos em seu território desde o início do conflito na Ucrânia.

Interceptação aérea em tempo real

Caças romenos e alemães foram acionados urgentemente para a fronteira da Romênia com a Ucrânia após a detecção de múltiplas violações do espaço aéreo. O ministro da Defesa romeno, Ionut Mosteanu, confirmou que os pilotos da Otan estiveram prestes a abater um dos drones, mas recuaram para evitar que destroços causassem danos em áreas populadas.

Os primeiros a decolar foram dois caças Eurofighter alemães que rastrearam um drone no condado de Tulcea, no sudeste do país. Quando o dispositivo retornou para a Ucrânia, os radares detectaram uma segunda violação no condado vizinho de Galati, levando ao envio de dois caças F-16 romenos.

Posteriormente, mais dois Eurofighters juntaram-se à operação quando o drone se deslocou em direção ao condado de Vancrea, afastando-se mais de 100 quilômetros da fronteira e do litoral.

Guerra híbrida e provocações deliberadas

Este incidente marca a 13ª violação do espaço aéreo romeno relatada desde fevereiro de 2022, quando começou a guerra na Ucrânia. No entanto, autoridades destacam que esta foi a mais grave até o momento, pois a operação russa penetrou mais profundamente no território e ocorreu durante o dia pela primeira vez.

Desde setembro, drones vinculados a Moscou violaram os céus de vários países da Otan, incluindo Polônia, Estônia e Bélgica. Os europeus definem essas ações como parte de uma guerra híbrida travada pela Rússia, que testa as defesas da aliança ocidental sem engajar em confronto direto.

Fragmentos de drones sem carga explosiva foram encontrados em território romeno após o incidente, confirmando a natureza provocatória da operação.

Reorganização das defesas da Otan

Em meio a essas ameaças, os Estados Unidos anunciaram mudanças significativas em sua presença militar no flanco leste da Otan. Espera-se que apenas cerca de 900 dos 1.700 militares americanos permaneçam na região, com uma brigada inteira sendo retirada da base aérea Mihai Kogalniceanu sem substituição.

O "redimensionamento", como definiu Bucareste, reflete uma mudança de prioridades do presidente Donald Trump, que redirecionou forças para o Caribe e Pacífico para combater o narcotráfico.

Para compensar essa redução, o general americano Christopher Donahue anunciou que uma nova capacidade de abater drones será implementada na Romênia em breve. "Testes foram realizados e a tecnologia está na fase final de implementação", afirmou o comandante durante visita às tropas americanas na base romena.

A Otan já havia lançado em setembro a operação Eastern Sentry (Sentinela Oriental), uma campanha flexível e integrada para reforçar as defesas ao longo de toda a região do flanco leste, que abrange desde os países bálticos até a Bulgária.