Rússia lança mega-ataque com 704 drones e mísseis contra energia da Ucrânia
Mega-ataque russo atinge infraestrutura energética ucraniana

A Rússia desferiu um novo e massivo ataque contra a infraestrutura energética da Ucrânia neste sábado (6), utilizando centenas de drones e mísseis. A ofensiva ocorreu em múltiplas regiões do país, provocando cortes no fornecimento de energia em um momento crítico, com a aproximação do inverno no hemisfério norte.

Escala do ataque e defesa ucraniana

De acordo com o Exército ucraniano, as forças russas lançaram um total de 653 drones e 51 mísseis contra território ucraniano durante a madrugada. As defesas aéreas conseguiram interceptar a maioria dos projéteis, abatendo 585 drones e 30 mísseis. Apesar da defesa, os alvos atingidos causaram sérios danos ao sistema energético nacional.

Em resposta, as Forças Armadas da Ucrânia afirmaram ter atingido uma refinaria de petróleo em Riazan, nas proximidades de Moscou. Os detalhes sobre esta operação de retaliação não foram divulgados.

Consequências imediatas e danos à infraestrutura

O ataque teve impacto direto no fornecimento de energia para a população. As regiões de Zaporíjia, Lviv, Chernihiv e Dnipropetrovsk registraram apagões e interrupções no serviço. Um dos incidentes mais graves ocorreu na Usina Nuclear de Zaporíjia, que ficou sem eletricidade de fontes externas por aproximadamente meia hora, conforme informado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O ministério responsável pelo desenvolvimento de comunidades relatou, via Telegram, que pelo menos 9.500 pessoas ficaram sem aquecimento e 34 mil sem água devido aos danos. A infraestrutura de transporte também foi afetada: um centro ferroviário próximo a Kiev foi atingido, com um armazém e vagões danificados, segundo a empresa pública de trens. Felizmente, não houve feridos no local.

O chanceler ucraniano, Andrii Sibiha, condenou veementemente a ação, declarando: "A Rússia continua a ignorar qualquer esforço de paz e, em vez disso, ataca infraestrutura civil crucial, incluindo nossos sistemas de energia e ferroviais".

Negociações de paz em meio à escalada militar

Este mega-ataque acontece em um contexto de intensificação, nas últimas semanas, dos bombardeios russos contra instalações de geração e distribuição de energia ucranianas. Paralelamente, enviados do governo do ex-presidente americano Donald Trump mantêm negociações diplomáticas em Moscou, na tentativa de avançar para uma solução do conflito.

As conversas continuaram neste sábado, mas, até o momento, não há previsão de um acordo. O presidente russo, Vladimir Putin, teria endurecido sua posição, rejeitando propostas mais favoráveis a Kiev. Relatos indicam que o Kremlin recusou ideias como a negociação territorial a partir das linhas de batalha atuais, o que manteria cerca de 15% da vital região de Donetsk sob controle ucraniano.

Aliados europeus da Ucrânia e dos EUA, que defendem um acordo favorável a Kiev com punições a Moscou, estão praticamente afastados das discussões. Além disso, demonstram discordâncias entre si sobre os termos da paz. Um ponto de atrito é o plano da Comissão Europeia de usar R$ 1,3 trilhão de reservas russas congeladas – a maior parte na Bélgica – para lastrear um empréstimo e cobrir despesas ucranianas em 2026 e 2027.

Os belgas se opõem à medida, argumentando que isso exporia o país a processos internacionais. O primeiro-ministro da Bélgica, Bart de Wever, causou polêmica ao afirmar, na quinta-feira (4), que "é uma ilusão achar que a Rússia pode perder a guerra". Sem uma derrota clara, Moscou poderia futuramente ser reintegrada ao sistema econômico global e exigir a devolução de seus recursos.

Neste sábado, a chefe da política externa da União Europeia, Kaja Kallas, reafirmou que os Estados Unidos continuam sendo o principal aliado do bloco. A declaração ocorre após a divulgação de um documento estratégico do governo Trump que descreve a Europa como vítima de um "apagão civilizatório", sugerindo que o continente pode deixar de ser considerado um aliado confiável no futuro.