Kremlin afirma que envio de tropas europeias à Ucrânia ainda precisa ser debatido
Kremlin: envio de tropas europeias à Ucrânia precisa ser debatido

O Kremlin declarou que a proposta de envio de tropas europeias para a Ucrânia ainda é um tema que precisa ser amplamente discutido. A posição foi transmitida nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, em resposta a rumores e debates que circulam na esfera internacional sobre um possível reforço militar direto de países europeus ao território ucraniano.

Posição russa é conhecida e coerente, diz Moscou

Em suas declarações, porta-vozes do governo russo deixaram claro que Moscou está ciente das discussões sobre o envio de tropas, mas reafirmaram veementemente sua oposição histórica à presença de forças estrangeiras na Ucrânia. A Rússia classificou sua própria postura sobre o assunto como "conhecida e coerente", indicando que não há mudança em sua visão fundamental de que tal movimento seria visto como uma escalada inaceitável.

O anúncio ocorre em um momento de intensa atividade diplomática e militar no leste europeu. A Rússia tem consistentemente argumentado que a expansão da influência ocidental, incluindo o fornecimento de armas e treinamento, representa uma ameaça à sua segurança. A possibilidade de soldados europeus no solo ucraniano é interpretada por Moscou como um limite ainda mais perigoso a ser cruzado.

Contexto de negociações e outras tensões

Esta declaração do Kremlin não está isolada. Ela se soma a um conjunto de recentes desenvolvimentos no conflito entre Rússia e Ucrânia. Horas antes, foi noticiado que Kiev pretende entregar uma nova proposta de paz a Moscou nos próximos dias, em uma tentativa de reativar os canais de diálogo.

Paralelamente, líderes internacionais retomaram as negociações para um acordo de paz abrangente. O governo russo, no entanto, já sinalizou que deseja um pacto completo e duradouro, e não apenas uma trégua temporária para o fim de ano, como chegaram a sugerir algumas partes.

As tensões também se manifestaram em outros fronts. Recentemente, o Kremlin classificou como "irresponsáveis" as declarações do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, que instou os membros da aliança a se prepararem para uma possível escalada da guerra. A troca de acusações reflete o clima de desconfiança mútua que persiste.

O cenário geopolítico mais amplo

Enquanto isso, os Estados Unidos seguiram com seu apoio à Ucrânia, oferecendo garantias de segurança semelhantes às do Artigo 5º da OTAN, embora sem integrar o país formalmente à aliança. Do outro lado do mundo, os EUA também assinaram um acordo que prevê a presença de militares no Paraguai, mostrando uma agenda de segurança ativa em múltiplas regiões.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, continua sua campanha por responsabilização, pedindo que a Rússia seja levada a prestar contas pelos danos da guerra. Uma comissão internacional já foi formada para avaliar os pedidos de indenização.

A declaração do Kremlin sobre as tropas europeias serve, portanto, como um claro sinal de advertência aos capitais europeus. Ela reafirma as linhas vermelhas de Moscou em um momento delicado, onde qualquer movimento percebido como provocativo pode ter sérias repercussões para a já frágil estabilidade regional e para as perspectivas de uma solução negociada.