As tensões no Oriente Médio se intensificaram neste domingo (23) quando Israel realizou um ataque aéreo no sul de Beirute, capital do Líbano, resultando na morte de um importante comandante militar do Hezbollah.
Condenação iraniana e detalhes do ataque
Nesta segunda-feira (24), o Irã condenou formalmente o que chamou de "assassinato covarde" de Haitham Ali Tabatabai, identificado como chefe militar do Hezbollah. A organização xiita é aliada de Teerã e tem significativa influência na política libanesa.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã emitiu um comunicado oficial lamentando a morte do "grande comandante da resistência islâmica libanesa", referindo-se a Tabatabai como mártir.
O Exército de Israel confirmou a autoria do ataque, informando que o alvo era precisamente Ali Tabatabai, que atuava como chefe de gabinete interino do Hezbollah. A operação militar atingiu uma das principais vias dos subúrbios do sul de Beirute, marcando o primeiro ataque nos arredores da capital libanesa em vários meses.
Consequências imediatas e reações
Testemunhas locais relataram à Reuters que ouviram o ruído de aviões de guerra momentos antes da explosão. Fontes médicas informaram que pelo menos 20 pessoas ficaram feridas no ataque e foram levadas para hospitais da região.
Um aspecto que chamou atenção nas relações internacionais foi a revelação de que Israel não comunicou previamente Washington sobre a operação. Um alto funcionário do governo norte-americano afirmou que as autoridades dos EUA só foram informadas imediatamente após a conclusão do ataque.
Até o momento da divulgação das informações, nem o Hezbollah nem o Ministério da Saúde do Líbano haviam emitido comunicados oficiais sobre o incidente.
Contexto do conflito e declarações de Netanyahu
O ataque ocorre em um contexto de tensão crescente na região. Apenas no domingo pela manhã, antes da operação, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia declarado a seu gabinete que Israel continuaria combatendo o "terrorismo" em várias frentes.
"Continuaremos a fazer tudo o que for necessário para impedir que o Hezbollah restabeleça sua capacidade de nos ameaçar", afirmou Netanyahu em declaração que antecipou a ação militar.
Este episódio representa mais um capítulo na complexa relação entre Israel e o Hezbollah. As duas partes haviam concordado com um cessar-fogo no ano passado, mas Israel tem acusado o grupo de tentar se rearmar desde então, violando os termos do acordo.
Em novembro, Israel já havia intensificado seus ataques aéreos no sul do Líbano, dando continuidade a uma campanha de operações quase diárias que, segundo o país, visa impedir o ressurgimento militar do Hezbollah na região de fronteira.
O Hezbollah, por sua vez, afirma ter cumprido todas as exigências para encerrar sua presença militar na área fronteiriça próxima a Israel, transferindo a responsabilidade de segurança para o exército libanês.