Ataques aéreos israelenses resultam em três mortes no sul do Líbano
Neste sábado (8), três civis libaneses perderam a vida em uma série de ataques aéreos realizados por Israel no território libanês. As informações foram confirmadas pelo Times of Israel e pela rede Al Jazeera, revelando mais um capítulo tenso no conflito fronteiriço que persiste mesmo após o cessar-fogo de novembro de 2024.
Detalhes dos ataques
Em um dos episódios mais graves, dois irmãos foram atingidos enquanto dirigiam em uma estrada nas encostas do Monte Hermon, na região de Shebaa, sudeste do Líbano. O Exército israelense assumiu a responsabilidade pela ação e justificou que os irmãos eram contrabandistas das Companhias de Resistência Libanesa, grupo aliado ao Hezbollah.
Outro ataque direcionado a um veículo na vila de Baraashit, também no sul do país, resultou em uma morte e quatro feridos. Além disso, um drone israelense atingiu um carro próximo ao hospital Salah Ghandour, em Bint Jbeil, deixando sete pessoas feridas segundo a Al Jazeera.
Reações internacionais e contexto do conflito
A União Europeia emitiu uma declaração oficial condenando os ataques israelenses. Esta condenação ocorre em um momento particularmente delicado das relações entre Israel e Líbano.
O conflito na fronteira libanesa-intensificou-se significativamente em setembro de 2024, quando as forças israelenses bombardearam centenas de alvos no Líbano e eliminaram Hassan Nasrallah, histórico líder da milícia Hezbollah. Apesar do acordo de cessar-fogo estabelecido em novembro de 2024, os militares israelenses mantêm operações regulares e continuam com tropas posicionadas em cinco pontos estratégicos no sul libanês.
Dados alarmantes da ONU, divulgados em outubro de 2025, revelam que pelo menos 103 civis foram mortos no Líbano desde que o cessar-fogo entrou em vigor. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) chegou a denunciar que o Exército israelense lançou granadas próximas a suas forças de paz, pedindo urgentemente que Tel Aviv interrompesse tais ações.
Mudança na postura libanesa
Em uma guinada significativa, o presidente libanês Joseph Aoun ordenou no dia 30 que seu Exército reagisse a qualquer incursão israelense no sul do país. Esta diretriz foi uma resposta direta à ação de militares israelenses que cruzaram a fronteira durante a noite e mataram um funcionário municipal na prefeitura de Blida.
Enquanto isso, o Hezbollah mantém sua posição intransigente, reafirmando ser contra qualquer negociação política com Israel, nação com a qual o Líbano segue tecnicamente em estado de guerra. O grupo argumenta que tal diálogo não serviria ao interesse nacional libanês.
Este conflito fronteiriço ocorre paralelamente à guerra em Gaza, iniciada em outubro de 2023, criando um cenário regional de extrema instabilidade que preocupa a comunidade internacional.
