O Exército de Israel iniciou uma nova ofensiva contra alvos do Hamas nesta quarta-feira (19), em resposta a supostas violações do acordo de cessar-fogo pelo grupo extremista. Os ataques resultaram em pelo menos 25 mortos no lado palestino, segundo informações da Defesa Civil de Gaza.
Detalhes dos ataques e vítimas
De acordo com a agência de Defesa Civil de Gaza que conversou com a AFP, os mortos se distribuíram entre 12 na Cidade de Gaza, no norte do território, e outras 13 em Khan Yunis, no sul. As Forças de Defesa de Israel confirmaram a operação através de uma postagem no X (antigo Twitter), onde alegaram que terroristas teriam aberto fogo contra soldados em Khan Yunis.
Em comunicado oficial divulgado no início da tarde desta quarta-feira, horário de Brasília, as IDF declararam: "Vários terroristas foram identificados cruzando a linha amarela e se aproximando das tropas da IDF ao norte de Gaza, representando uma ameaça imediata". Imediatamente após a identificação da ameaça, as forças israelenses iniciaram os ataques a alvos terroristas em todo o território.
Trégua frágil e acusações mútuas
O conflito entre Hamas e Israel tem sido marcado por constantes acusações de violação do acordo mediado pelos Estados Unidos desde o primeiro dia do cessar-fogo. Nos primeiros dias do acordo, Israel alegou atrasos na entrega de corpos de reféns, enquanto o Hamas afirmava que os bombardeios no enclave não haviam cessado completamente.
O Governo da Palestina divulgou números alarmantes horas antes destes novos ataques: 279 mortes desde o início do cessar-fogo em outubro deste ano. Além dos mortos, outros 652 palestinos ficaram feridos durante este período.
Denúncias do governo palestino
Em comunicado oficial divulgado hoje pelo Gabinete de Imprensa do país, as autoridades palestinas acusaram o Exército de Israel de 113 disparos diretos contra civis. Segundo o documento, os militares teriam atacado diretamente cidadãos, casas, bairros residenciais e tendas de deslocados.
O órgão também relatou que outras mortes teriam ocorrido em 174 ataques e bombardeios israelenses, além de 17 incursões realizadas por veículos militares em áreas residenciais e agrícolas. Durante este mesmo período, houve 85 demolições de casas e instalações civis.
O governo palestino classificou estas ações como "comportamento agressivo" que deve frustrar qualquer esforço internacional para manter a paz. "Isso confirma a insistência da ocupação israelense em minar o acordo e criar uma realidade sangrenta no terreno, ameaçando a segurança e a estabilidade na Faixa de Gaza", acrescentou o comunicado.
Apelo internacional
Diante da escalada da violência, o governo palestino fez um apelo direto ao presidente dos EUA, Donald Trump, pedindo que tome providências em relação ao que está acontecendo. Além disso, solicitou que os países mediadores e o Conselho de Segurança da ONU atuem de forma "séria e eficaz" para "obrigar Israel a cumprir os termos do cessar-fogo e do protocolo humanitário".
O conflito na região tem se intensificado mesmo com os acordos de trégua. No último mês, ataques em Gaza não cessaram, com o exército israelense chegando a atacar o local por três dias consecutivos em retaliação à morte de um soldado de Israel, deixando 104 palestinos mortos em um único episódio.