Irã chama Israel de 'covarde' após assassinato de chefe militar do Hezbollah
Irã condena Israel por morte de comandante do Hezbollah

O Irã emitiu uma forte condenação a Israel após o assassinato de Haytham Ali Tabatabai, chefe militar do Hezbollah, em um ataque aéreo realizado no domingo, 23 de novembro de 2025, em Beirute, capital do Líbano.

Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores do Irã classificou a ação como "assassinato covarde" do grande comandante da Resistência Islâmica Libanesa, referindo-se a Tabatabai como "mártir".

O ataque que abalou Beirute

O ataque israelense ocorreu no subúrbio de Haret Hreik, ao sul de Beirute, uma área densamente povoada e considerada reduto do Hezbollah. Segundo informações, três mísseis foram disparados contra um prédio residencial, resultando na morte de Tabatabai e outras cinco pessoas, além de deixar 28 feridos.

Haytham Ali Tabatabai, de 58 anos, era considerado o segundo em comando do Hezbollah, posicionado logo abaixo do secretário-geral Naim Qassem. O grupo o homenageou como um "grande comandante jihadista" que dedicou sua vida à resistência.

Tensões na fronteira Israel-Líbano

Este ataque representa uma escalada dramática nas tensões entre Israel e o Hezbollah, ocorrendo quase exatamente um ano após o cessar-fogo que pôs fim a 14 meses de confrontos na fronteira entre Israel e Líbano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia declarado a seu gabinete antes do ataque que Israel continuaria a combater o "terrorismo" em várias frentes. Após o bombardeio, seu gabinete emitiu um comunicado afirmando que as Forças de Defesa de Israel "atacaram o chefe do Estado-Maior do Hezbollah" no coração de Beirute.

As IDF (Forças de Defesa de Israel) insistiram que "permanecem comprometidas" com o cessar-fogo, mesmo enquanto intensificam operações no sul do Líbano.

Histórico do comandante e repercussões

Tabatabai tinha um longo histórico no Hezbollah, tendo ingressado no grupo ainda adolescente, logo após sua fundação no início dos anos 1980. Sua trajetória inclui:

  • Escapou de uma tentativa de assassinato israelense há uma década
  • Teve sanções impostas pelos EUA em 2016 por seu papel como comandante das forças especiais na Síria e Iêmen
  • Tinha sua cabeça a prêmio por US$ 5 milhões
  • Liderou combatentes de elite em apoio a Bashar al-Assad na Síria
  • Acredita-se que treinou forças rebeldes hutis no Iêmen

O presidente libanês, Josef Aoun, pediu que a comunidade internacional intervenha firmemente para deter os ataques israelenses ao país, enquanto analistas alertam que o "ponto de conflito imediato" agora está no Líbano, não em Gaza.

Um alto funcionário americano revelou que Israel não notificou Washington com antecedência sobre o ataque específico, mas que os EUA "sabiam há dias" que Tel Aviv planejava intensificar a ofensiva no Líbano.