8 aviões de guerra dos EUA sobrevoam área próxima a Caracas
EUA sobrevoam Venezuela com 8 aviões de guerra

A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela atingiu um novo patamar nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025. Pelo menos oito aeronaves militares americanas realizaram voos em áreas do mar do Caribe próximas à costa venezuelana, incluindo regiões a poucos quilômetros da capital, Caracas.

Detalhes da Operação Aérea

A movimentação foi detectada por plataformas de monitoramento aéreo, como o FlightRadar24, em um momento de forte deterioração das relações diplomáticas. A frota aérea era composta por modelos de alta tecnologia e capacidade ofensiva.

Dois EA-18G Growler, especializados em guerra eletrônica, participaram da operação. Eles têm a função estratégica de interferir em radares e comunicações inimigas.

Também foram identificados três caças F/A-18E Super Hornet, aeronaves multimissão usadas tanto em combates aéreos quanto em ataques a alvos terrestres.

Completando o grupo estavam dois aviões de alerta aéreo antecipado Grumman E-2D Advanced Hawkeye e um Boeing E-3C Sentry. Este último, que decolou diretamente dos Estados Unidos, é um dos principais ativos de comando e controle da Força Aérea americana, capaz de detectar e rastrear alvos a longas distâncias.

Contexto de Tensão e Local Sensível

Os voos ocorreram nas proximidades do arquipélago de Los Roques e da ilha de La Orchila, local que abriga uma base militar venezuelana. Analistas frequentemente citam La Orchila como um dos possíveis refúgios para o presidente Nicolás Maduro, o que confere uma sensibilidade extra à operação militar.

Esta movimentação aérea coincide diretamente com uma nova escalada nas relações bilaterais. Na quarta-feira, 17 de dezembro, Maduro ordenou que todos os petroleiros venezuelanos passassem a navegar sob escolta militar. A medida foi uma resposta direta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor um bloqueio total a embarcações sancionadas que transportam petróleo venezuelano.

Na quinta-feira, mesmo dia dos voos, a Venezuela autorizou a partida de dois grandes petroleiros com destino à China, seu maior comprador. Segundo informações da agência Reuters, essas embarcações, que não estão sob sanções, devem transportar quase 4 milhões de barris de petróleo bruto.

Reações Internacionais e Riscos

A crescente presença militar na região preocupa analistas internacionais, que veem um risco real de incidentes entre forças navais venezuelanas e americanas. A situação cria um cenário volátil onde qualquer mal-entendido pode levar a um confronto.

A China, principal parceira comercial de Caracas, criticou publicamente o bloqueio imposto por Washington. Pequim classificou a medida como uma ação unilateral de intimidação, embora não tenha detalhado eventuais medidas concretas de apoio ao governo de Maduro.

O país asiático mantém há anos acordos de financiamento com a Venezuela atrelados ao fornecimento de petróleo. Atualmente, a China responde por cerca de 4% das importações do óleo venezuelano. Apesar das restrições americanas, analistas estimam que os embarques de dezembro devem superar a média de 600 mil barris por dia.

A combinação de demonstração de força aérea, bloqueio econômico e resposta militar venezuelana configura um dos momentos mais delicados na relação entre Washington e Caracas nos últimos anos, com implicações diretas para a segurança regional no Caribe.