EUA e Ucrânia avançam em plano de paz em reunião crucial em Genebra
EUA e Ucrânia avançam em plano de paz em Genebra

Reunião em Genebra marca avanço nas negociações de paz

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, anunciou neste domingo (23 de novembro de 2025) que houve progresso significativo nas discussões sobre um esboço do plano dos Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia. A declaração ocorreu após uma reunião a portas fechadas com uma delegação ucraniana na missão norte-americana em Genebra, Suíça.

Rubio descreveu o encontro como "provavelmente a melhor reunião e dia que tivemos até agora em todo esse processo", destacando a importância das conversas que continuam ocorrendo na cidade suíça. O otimismo foi compartilhado pelo lado ucraniano, representado por Andriy Yermak, chefe do Gabinete da Presidência da Ucrânia.

Posição ucraniana e pressão por acordo

Yermak classificou o encontro como "uma primeira sessão muito produtiva" e revelou através do X (antigo Twitter) que uma segunda reunião seria realizada "muito em breve ainda hoje" para dar continuidade aos trabalhos. O representante ucraniano destacou a importância do envolvimento dos parceiros europeus nas propostas conjuntas.

Em gesto de diplomacia, Yermak agradeceu aos Estados Unidos e ao presidente Donald Trump "por seu compromisso com a paz". O reconhecimento veio após o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, responder publicamente às críticas de Trump sobre suposta falta de gratidão pela assistência norte-americana.

Zelensky utilizou o Telegram para expressar seu agradecimento: "A Ucrânia agradece aos Estados Unidos, a cada coração americano e, em especial, ao presidente Trump pela ajuda que, desde os mísseis Javelin, salva vidas ucranianas". O líder ucraniano também reconheceu o apoio da Europa e dos grupos G7 e G20, enfatizando a necessidade de manter essa assistência.

Pressão contra a Ucrânia e prazos apertados

As negociações ocorrem em um contexto de enorme pressão sobre a Ucrânia, que precisa avaliar um plano de paz proposto pelos Estados Unidos que prevê concessões territoriais à Rússia e garantias de segurança limitadas para Kiev.

Zelensky admitiu publicamente na sexta-feira (21) que o país enfrenta uma difícil escolha: "Podemos ter de escolher entre perder nossa dignidade ou correr o risco de perder um parceiro essencial". Apesar das dificuldades, o presidente prometeu agir "de forma construtiva" nas negociações com Washington e outros aliados.

Enquanto isso, Trump impõe um prazo para que a Ucrânia responda à proposta americana até quinta-feira (27). A pressão do líder norte-americano aumentou após suas declarações nas redes sociais, onde criticou o governo ucraniano por demonstrar "zero gratidão" pelos esforços de mediação dos Estados Unidos.

Em postagem no Truth Social, Trump afirmou: "Herdei uma guerra que nunca deveria ter acontecido, uma guerra que é perdedora para todos, especialmente para os milhões de pessoas que morreram tão desnecessariamente". O presidente também direcionou críticas aos países europeus que continuam comprando petróleo russo, contrariando as sanções econômicas.

Diplomacia em múltiplas frentes

Paralelamente às negociações em Genebra, Zelensky manteve contato com outros líderes internacionais. O presidente ucraniano conversou por telefone com o vice-presidente americano JD Vance, além de manter diálogo com os líderes da Alemanha, França e Reino Unido.

Estes últimos reafirmaram seu apoio à Ucrânia e elogiaram os esforços de Donald Trump para buscar o fim da guerra. No entanto, o governo dos Estados Unidos surpreendeu aliados europeus ao apresentar o plano de paz sem uma ampla consulta prévia.

Zelensky enfatizou a importância de um processo cuidadoso: "Por isso trabalhamos com tanto cuidado em cada ponto, em cada passo rumo à paz. Tudo precisa ser feito da maneira correta para que possamos realmente encerrar esta guerra e impedir que ela se repita".

As reuniões em Genebra continuam enquanto o mundo observa atentamente o desenrolar dessas negociações que podem definir o futuro do conflito que já dura anos.