Em um movimento que pode redefinir os contornos do apoio ocidental a Kiev, os Estados Unidos ofereceram garantias formais de segurança à Ucrânia, com um nível de compromisso comparável ao famoso Artigo 5º da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A oferta foi apresentada durante negociações diretas com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, realizadas em Berlim.
O que significa a garantia de segurança?
O cerne da proposta norte-americana reside em um mecanismo de defesa coletiva inspirado no princípio fundamental da aliança atlântica. O Artigo 5º do tratado da Otan estabelece que um ataque armado contra um dos membros será considerado um ataque contra todos, exigindo uma resposta conjunta. Embora os detalhes específicos do acordo bilateral com a Ucrânia ainda não tenham sido totalmente divulgados, a menção a "garantias semelhantes" sugere um compromisso sólido dos EUA em defender a Ucrânia em caso de nova agressão.
Este desenvolvimento ocorre em um contexto de negociações de paz em andamento e de debates sobre o futuro status de segurança ucraniano no pós-guerra. A oferta americana parece ser um elemento-chave em um pacote mais amplo de incentivos e reassuranças para Kiev.
O cenário das negociações e possíveis contrapartidas
As conversas em Berlim, que contaram com a presença direta de Zelensky, marcam um momento crucial na diplomacia envolvendo o conflito. Fontes indicam que a discussão sobre garantias de segurança está intrinsecamente ligada a outras questões sensíveis, como o possível caminho futuro da Ucrânia em relação à adesão à Otan.
Relatos recentes sugerem que, em troca de garantias de segurança robustas dos Estados Unidos e de aliados europeus, Kiev poderia considerar abrir mão, pelo menos temporariamente, de sua candidatura formal à aliança militar. Essa seria uma concessão significativa, mas que, em contrapartida, traria um compromisso defensivo bilateral claro e imediato de suas principais potências apoiadoras.
Repercussões e próximos passos
A oferta dos EUA é vista como uma tentativa de criar uma estrutura de segurança duradoura para a Ucrânia, independentemente do resultado final das negociações de paz ou do processo de adesão à Otan, que historicamente enfrenta a oposição da Rússia. Enquanto isso, o Kremlin já se manifestou de forma crítica a declarações recentes do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, classificando-as como 'irresponsáveis'.
O anúncio feito em 16 de dezembro de 2025 (com atualização no mesmo dia) destaca a velocidade dos desenvolvimentos diplomáticos. Paralelamente, a União Europeia anunciou novas sanções contra a Rússia, visando facilitadores ligados à frota paralela de navios, mostrando que a pressão econômica e militar caminham juntas.
O sucesso desta iniciativa dependerá dos detalhes jurídicos do acordo, do nível de comprometimento do Congresso dos EUA e da capacidade de integrar outros aliados europeus em um esquema de segurança coletivo para a Ucrânia. É um passo ousado que busca dissuadir futuras agressões e oferecer a Kiev uma perspectiva de estabilidade a longo prazo.