Coreias em situação perigosa: tensão na fronteira preocupa presidente
Coreias em situação perigosa com tensão na fronteira

O presidente da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, emitiu um alerta grave nesta segunda-feira (24): as duas Coreias enfrentam uma situação muito perigosa onde um confronto acidental pode ocorrer a qualquer momento. A declaração foi feita durante voo da África do Sul para a Turquia, após participação na cúpula do G20.

Comportamento extremo e falta de diálogo

Segundo informações da agência Yonhap, Lee descreveu as relações intercoreanas como muito hostis e conflituosas. O presidente destacou que a Coreia do Norte vem demonstrando comportamento muito extremo na ausência de um nível básico de confiança entre os países.

Uma das ações mais preocupantes relatadas por Lee é a instalação de cercas de arame farpado ao longo da fronteira militar, algo que não acontecia desde o fim da Guerra da Coreia em 1953. Esta medida representa um retrocesso significativo nas relações bilaterais.

Proposta de diálogo ignorada

Em 17 de novembro, a Coreia do Sul tentou estabelecer comunicação com o vizinho do norte, propondo conversas para discutir o estabelecimento de uma fronteira clara ao longo da zona desmilitarizada. O objetivo seria evitar confrontos armados que poderiam desencadear um conflito mais amplo na região.

No entanto, a Coreia do Norte não respondeu à proposta de diálogo, mantendo sua postura de isolamento. A recusa em comunicar-se aumenta as preocupações sobre a escalada das tensões.

Incidentes fronteiriços e exercícios militares

Os dados apresentados por Lee revelam que já ocorreram mais de dez invasões de fronteira por soldados norte-coreanos apenas neste ano. Em algumas situações, as tropas sul-coreanas precisaram disparar tiros de advertência, seguindo protocolos estabelecidos para esses casos.

O presidente sul-coreano também abordou a questão dos exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos. Lee afirmou que, quando um acordo de paz for estabelecido com a Coreia do Norte, será melhor cessar os exercícios militares conjuntos com os americanos.

Pyongyang sempre condenou essas manobras militares, classificando-as como ensaios para uma guerra nuclear contra o país. Atualmente, cerca de 28,5 mil soldados americanos e sistemas de armas estão posicionados na Coreia do Sul.

Provocações estratégicas

A Coreia do Norte tem realizado lançamentos de foguetes em momentos strategicamente significativos. Uma hora antes da visita do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, à fronteira com a Coreia do Sul, Pyongyang lançou vários foguetes. Era a primeira visita de um secretário de Defesa dos EUA ao local em oito anos.

Dias antes, minutos antes de uma reunião do presidente sul-coreano com o líder chinês Xi Jinping, a Coreia do Norte havia disparado projéteis similares, demonstrando um padrão de ações calculadas para enviar mensagens políticas.

Lee Jae Myung reconheceu que conquistar a paz com a Coreia do Norte será um esforço de longo prazo, mas manteve a posição de que o diálogo continua sendo crucial para evitar uma escalada perigosa do conflito.