Lindbergh: Motta deveria substituir Derrite no PL Antifacção
PT condiciona voto do PL Antifacção à troca de relator

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, fez uma declaração contundente sobre a polêmica envolvendo o PL Antifacção nesta segunda-feira (17 de novembro de 2025). O parlamentar afirmou que o presidente da Casa, Hugo Motta, deveria substituir o relator do projeto, Guilherme Derrite, para resolver o impasse político.

Crítica à escolha do relator

Em conversa com jornalistas, Lindbergh foi direto ao ponto: "Se Motta quisesse corrigir essa confusão toda, essa bagunça, conversaria com o relator Derrite, explicaria as motivações e escolheria um outro relator". O petista destacou que a substituição não precisaria necessariamente ser por alguém da base governista, sugerindo que "tem vários nomes aí do Centrão" que poderiam assumir a relatoria.

O parlamentar enfatizou que qualquer novo relator deveria ter "como base de partida o texto do governo", indicando a disposição do PT em negociar, desde que sejam mantidos os princípios fundamentais da proposta original do Executivo.

Conflito político e eleitoral

A designação de Derrite como relator do PL Antifacção gerou forte reação da base aliada do presidente Lula desde o início. O motivo do descontentamento é claro: um tema considerado eleitoralmente sensível está nas mãos de um auxiliar de Tarcísio de Freitas, que é visto como potencial adversário de Lula nas eleições de 2026.

A situação se tornou ainda mais delicada porque Derrite se licenciou da secretaria de segurança pública de São Paulo, cargo que ocupa no governo Tarcísio, especificamente para retomar o mandato e assumir a relatoria do projeto.

Condições para a votação

Enquanto Hugo Motta reforçou a intenção de colocar o texto em votação nesta terça-feira (18 de novembro), convocando uma sessão com o PL Antifacção como único item da pauta, o líder do PT estabeleceu condições para que a base governista aceite a apreciação da medida.

"Cada hora chega um relatório aqui. Já tivemos quatro, estamos esperando o quinto", relatou Lindbergh, demonstrando a instabilidade do processo. "Nós até topamos votar, mas tem que ter um acesso com mínimo de antecedência, porque é um tema muito sério", completou o parlamentar.

A declaração deixa claro que o PT está disposto a negociar, mas exige transparência e tempo suficiente para analisar o relatório final antes da votação. O impasse continua, com o destino do PL Antifacção dependendo de um acordo entre governo e presidência da Câmara sobre as condições estabelecidas pela base aliada.