Crise institucional se manifesta em ausências significativas
Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), não compareceram ao evento de sanção do projeto que ampliou a isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil mensais. A cerimônia ocorreu na manhã desta quarta-feira (26) no Palácio do Planalto.
Encontro busca recompor relações
Na tentativa de superar o distanciamento entre o Congresso e o governo federal, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), participou de reunião na tarde desta quarta-feira com Hugo Motta. O encontro aconteceu na residência oficial da Câmara e foi avaliado como positivo por interlocutores, ainda que não "maravilhoso".
As ausências na cerimônia matinal foram interpretadas como um reflexo do desgaste nas relações entre o Executivo e o Legislativo. A situação se agravou após declarações públicas de Motta no início da semana, quando afirmou ao jornal "Folha de S.Paulo" estar rompido com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), após ser alvo de críticas do deputado.
Tensões partidárias e tentativas de pacificação
O presidente da Câmara também havia declarado rompimento com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ). Entretanto, nesta quarta-feira, Sóstenes afirmou que os dois já conversaram e que não há briga entre ambos. "Desentendimentos na relação de trabalho é normal", declarou o parlamentar.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), buscou minimizar a importância do conflito, argumentando que Lindbergh representa apenas a bancada do PT, e não o governo como um todo. "O Lindbergh é líder da bancada do PT. A bancada do PT e ele precisam se entender sobre a relação com o presidente da Casa. A liderança do governo é a liderança do governo", explicou Guimarães.
Apesar das tentativas de pacificação, as ausências no evento de sanção da lei do Imposto de Renda evidenciam os desafios na articulação política do governo Lula com as lideranças do Congresso Nacional.