
Imagine a cena: são quase 2h da madrugada, o plenário da Câmara está praticamente vazio, e um deputado exausto segura o celular com uma mão enquanto com a outra balança delicadamente o carrinho onde dorme sua filha de apenas um mês de vida. Foi nesse cenário de pura exaustão parental que Nikolas Ferreira cometeu o que ele mesmo classifica como "uma baita confusão".
O parlamentar mineiro — que sempre foi tão certeiro em seus posicionamentos — simplesmente apertou o botão errado durante a votação da Medida Provisória 1.239. E olha que não foi qualquer votação: tratava-se de um tema relevante sobre o setor de transportes.
No olho do furacão
"A verdade é que eu estava dividido entre ser deputado e ser pai", confessou Ferreira, com aquela voz meio rouca de quem dormiu pouco. "Minha filha chorava há horas, minha esposa precisava de um respiro, e eu tentava acompanhar a sessão enquanto acalmava a pequena."
E não pense que foi um erro qualquer. O voto do deputado — que deveria ter sido "não" — acabou registrado como "sim". Só percebeu a lambança quando um assessor ligou assustado perguntando se ele tinha mudado de opinião radicalmente durante a madrugada.
O desfecho da confusão
O que fazer nessas horas? Correr para o plenário e tentar consertar a situação, claro! Ferreira conseguiu — ainda bem — regularizar sua posição antes do encerramento da votação. Mas a história já tinha virado assunto nos corredores do Congresso.
Alguns colegas até brincaram: "É o primeiro caso de voto influenciado por cólica infantil". Outros, mais experientes na arte de conciliar parentalidade e vida política, deram risada comprensiva. Afinal, quem nunca cometeu um erro depois de noites mal dormidas?
O episódio, ainda que pitoresco, levanta questões sérias sobre a exaustiva rotina parlamentar. Sessões que se estendem pela madrugada, votações importantes decididas por deputados esgotados — tudo isso em um ambiente onde cada voto pode significar mudanças significativas para o país.
Ferreira, que sempre foi tão combativo nas redes sociais, mostrou um lado mais humano nessa história. "Às vezes a gente erra, e tá tudo bem admitir", refletiu. "O importante é corrigir e seguir em frente."
Resta saber se essa experiência vai fazer com que outros parlamentres pensem duas vezes antes de julgar os "deslizes" alheios. A vida, afinal, tem dessas coisas — especialmente quando se mistura fraldas, mamadeiras e votações importantes.