Confusão entre deputado Renato Freitas e homem em Curitiba gera polêmica
Deputado Renato Freitas envolve-se em briga em Curitiba

Um vídeo que circulou nas redes sociais na quarta-feira (19) mostra o momento em que o deputado estadual Renato Freitas (PT) se envolveu em uma troca de socos com um homem em Curitiba. As imagens rapidamente ganharam repercussão e levantaram questionamentos sobre o comportamento do parlamentar.

Trajetória do deputado Renato Freitas

Renato Freitas, de 41 anos, natural de Sorocaba no interior paulista, mudou-se para o Paraná ainda criança. Com formação acadêmica sólida, é graduado e mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com especialização em Direito Penal, Criminologia e Sociologia da Violência.

Antes de ingressar na política, o deputado acumulou experiência profissional na Defensoria Pública do Estado do Paraná, além de atuar como professor universitário e advogado popular. Sua trajetória política inclui quatro campanhas eleitorais, começando em 2016 como candidato a vereador em Curitiba pelo PSOL.

Em 2020, conquistou uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba com 5.097 votos, mas teve o mandato cassado em agosto de 2022, recuperando-o em outubro do mesmo ano através de liminar do STF. Nas eleições de 2022, foi eleito deputado estadual com expressivos 57.880 votos.

Histórico de polêmicas do parlamentar

Renato Freitas não é novato em situações controversas. Em 2020, quando exercia o mandato de vereador, foi flagrado pichando a palavra "racistas" em um toldo de supermercado durante protesto contra o racismo, motivado pela morte de João Alberto Silveira Freitas em Porto Alegre.

No ano seguinte, o parlamentar foi detido por desobediência e resistência na Praça 29 de Março em Curitiba, junto com mais três acompanhantes. Na época, sua assessoria alegou que ele estava acompanhando uma "abordagem policial realizada de forma inadequada".

Em 2022, Freitas teve o mandato de vereador cassado por quebra de decoro parlamentar após participar de manifestação antirracista que acabou dentro da igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no centro histórico de Curitiba. O então ministro Luís Roberto Barroso, do STF, restabeleceu o mandato.

Já como deputado estadual em 2023, respondeu a processo por quebra de decoro após chamar de corrupto o então presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSD), durante sessão plenária. O caso foi arquivado pela Comissão de Constituição e Justiça.

Em 2025, chegou a perder as prerrogativas do mandato após decisão do Conselho de Ética que o considerou responsável por facilitar o acesso de manifestantes ao prédio da Alep durante protesto em 2024, decisão posteriormente revogada na Justiça.

Repercussão e consequências da briga

Após o incidente de quarta-feira, a Assembleia Legislativa do Paraná recebeu ao menos cinco representações contra o deputado por quebra de decoro parlamentar. A presidência da casa informou que todas serão encaminhadas ao Conselho de Ética, que tem prazo de até 90 dias para analisar o caso.

O deputado se defendeu das acusações, afirmando à RPC que estava se defendendo durante a confusão. O episódio reacende o debate sobre a conduta de parlamentares e os limites da atuação política, especialmente considerando o histórico de envolvimento do deputado em situações polêmicas.

O caso deverá ser acompanhado de perto nos próximos dias, especialmente pela possibilidade de novas sanções contra o parlamentar, que já enfrentou processos semelhantes anteriormente em sua trajetória política.