Marjorie Taylor Greene renuncia ao Congresso após ruptura com Trump
Deputada republicana renuncia após romper com Trump

A congressista republicana Marjorie Taylor Greene anunciou nesta sexta-feira (21) que irá renunciar ao Congresso dos Estados Unidos em janeiro de 2026, marcando o fim de uma era conturbada na política americana. A representante da Geórgia, antes uma das mais fiéis apoiadoras de Donald Trump, agora se torna uma de suas críticas mais vocais.

Ruptura com Trump e motivos da renúncia

Em um vídeo de mais de 10 minutos publicado online, Greene explicou sua decisão de deixar o cargo, afirmando que sempre foi desprezada em Washington e que simplesmente nunca se encaixou no ambiente político da capital. A renúncia ocorre após um rompimento público com o ex-presidente Trump nos últimos meses, quando a congressista passou a criticá-lo abertamente.

As discordâncias incluíram a postura de Trump em relação aos arquivos ligados a Jeffrey Epstein, além de questões de política externa e saúde. Em retaliação, Trump chamou Greene de "traidora" e "maluca", prometendo apoiar um adversário contra ela na disputa pela reeleição no próximo ano.

Trajetória política conturbada

Marjorie Taylor Greene foi uma das apoiadoras mais visíveis do movimento "Make America Great Again" de Trump, adotando seu estilo político agressivo e sem rodeios. Eleita pela primeira vez em 2020, ela chegou ao Congresso surfando a onda MAGA e rapidamente se tornou um foco de controvérsias no Capitólio.

Sua trajetória foi marcada por:

  • Aderir à teoria da conspiração QAnon
  • Aparecer ao lado de supremacistas brancos
  • Questionar os ataques de 11 de setembro
  • Sugerir que o ataque a tiros em Las Vegas foi uma ação coordenada

Apesar das polêmicas, Greene mostrou habilidade como legisladora, aproximando-se do então líder republicano Kevin McCarthy, que depois se tornaria presidente da Câmara. Ela era uma voz de confiança na ala direita até McCarthy ser destituído em 2023.

Impacto político e próximos passos

O rompimento entre Greene e Trump representa uma fissura importante na influência do ex-presidente sobre os conservadores, especialmente sua base mais fervorosa. A decisão dela de deixar o cargo diante da oposição de Trump a coloca no mesmo caminho de muitos republicanos moderados do establishment que também entraram em rota de colisão com o ex-presidente.

No vídeo de anúncio da renúncia, Greene ressaltou sua lealdade de longa data a Trump, mas afirmou que foi "injusto e errado" ele atacá-la por discordâncias. "A lealdade deveria ser uma via de mão dupla", declarou, defendendo o direito de votar com sua consciência e representar os interesses de seu distrito.

Greene informou que seu último dia no Congresso será 5 de janeiro de 2026. Enquanto diversos parlamentares de ambos os partidos anunciaram que deixarão o Congresso antes das eleições legislativas do próximo outono, a aposentadoria de Greene deve repercutir fortemente entre os colegas e gerar perguntas sobre seus próximos passos na política americana.